quarta-feira, 8 de abril de 2009

E Beckham quer ficar

Quando David Beckham anunciou sua ida para o futebol dos Estados Unidos da América o mundo do futebol estremeceu. À época, vivia seu pior momento no galáctico Real Madrid: afastado do time titular pelo pouco simpático Fábio Capello e por vezes sacado até mesmo do banco de reservas, Beckham decidiu embarcar rumo a Los Angeles, o que para muitos decretaria o final de sua carreira como jogador de alto nível.

Curiosamente, foi depois do anúncio de que iria se transferir no final do contrato que o jogador provou que não havia crescido no esporte apenas pelo marketing: escalado de volta aos titulares pelo elenco e pela torcida Beckham jogou como não fazia desde os tempos de Manchester United. Comandou o meio-campo madrileño rumo ao título de La Liga acabando com o jejum de títulos de dois anos do maior clube espanhol, provando que não ia para os Estados Unidos por incapacidade de jogar no futebol europeu. Ia por opção.

Desembarcava em Los Angeles o capitão do English Team e principal nome do futebol inglês desde o final da década de 90. A aposta do Los Angeles Galaxy era promover o clube e funcionou – não há hoje sequer um cidadão verdadeiramente interessado por futebol que não conheça o clube pelo nome, fato inimaginável antes da chegada do craque/popstar. A transferência catapultou a marca LAGalaxy e encheu estádios em um país que o futebol sempre foi considerado “coisa de menina”. O antigo camisa sete do Manchester United demonstrou na Costa Oeste americana as qualidades que o fizeram crescer no futebol (chegou a ser eleito o jogador da temporada, mesmo que não seja muito difícil por lá) e por isso seguiu sendo convocado para defender a Inglaterra. Habituado ao clima do “Real Football”, Beckham alternava entre a Mickey Mouse´s League e o futebol de verdade pelo escrete nacional. Até que em dezembro de 2008 é emprestado ao Milan por um período curto, como solução emergencial enquanto o clube rossoneri sofria com lesões. Permitiram que provasse a doce maçã novamente…

Beckham voltou ao futebol europeu como se jamais tivesse saído. Conquistou a titularidade tão logo teve condições físicas e legais de jogo, surpreendendo até mesmo aqueles que sempre apreciaram seu futebol. Com menos de 10 partidas já está contagiado novamente pelo clima do futebol que o Milan, como poucos clubes no mundo, oferece aos seus atletas. E evidentemente não quer mais o futebol americano (sem trocadilhos). Depois de ter passado toda sua carreira jogando pelos maiores clubes do mundo e tendo novamente esta oportunidade, era impossível que não se sentisse embriagado mais uma vez por aquele sentimento que faz milhões de crianças sonharem mundo afora: o sentimento de ser um jogador de futebol de verdade. E David Beckham dá a prova definitiva de que é um jogador de futebol quando aos 34 anos e realizado financeiramente sente-se novamente contagiado por este sentimento. O futebol agradece.

Escrito por FRules


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