domingo, 28 de junho de 2009

Vamos seguir a canção

Na quinta-feira à noite, o Grêmio enfrenta o Cruzeiro pela partida de volta das semifinais da Copa Libertadores da América. O desafio parece impossível: fazer 2 x 0 em uma equipe tarimbada, um clube acostumado a jogar decisões por mata-mata. Somado a isso está o fato de que o ataque do Grêmio está inoperante. Uma missão dificílima, portanto.

Mas voltemos no tempo: há dois anos atrás o Grêmio enfrentava o Santos nas semifinais do torneio. Assim como o Cruzeiro, o clube da baixada paulista também tinha um histórico de complicar para o Grêmio, ainda mais em seus domínios. Dito e feito: o jogo na Vila Belmiro terminou 3 x 1 para o Santos. Mas mesmo assim o Grêmio classificou! Havia feito…2 x 0 no Estádio Olímpico.

Como foi possível àquela época um resultado deste porte jogando em casa? Não podemos dizer que foi superioridade técnica e tampouco sorte. Quem fez a diferença naquele 30 de maio de 2007 foram aqueles que Muricy Ramalho afirmou não saberem nada de futebol: os torcedores. Desde o primeiro minuto o Estádio Olímpico pulsou como jamais havia pulsado, cantando em uníssono canções pelo Grêmio. O segundo gol, o zagueiro santista Adailton afirmou dias depois, aconteceu porque “era impossível ouvir os avisos dos companheiros, tamanho o barulho que vinha das arquibancadas”. A torcida gremista vivia o seu auge cantando sempre, em uma só voz, em busca do mundial.

A Geral do Grêmio dava o tom e o Olímpico seguia a canção, tranformando-se no temido caldeirão.

Circunstâncias que não serão objeto deste post modificaram um pouco o quadro da torcida do Grêmio. Hoje os torcedores não sabem qual canção seguir, e o que antes era um canto que se ouvia em alto e bom som de qualquer ponto do estádio, hoje se perde no meio do caminho em razão de ter duas torcidas que “puxam” músicas diferentes: Geral e Velha Escola.

Quinta-feira o Grêmio precisa jogar realmente em casa, precisa que o adversário sinta temor pela força da torcida gremista, e isso só vai ocorrer se o Olímpico inteiro seguir em uníssono a mesma canção.


sábado, 27 de junho de 2009

O crime de Maxi López

Está aberta a temporada de caça a argentinos. Você, que mora na fronteira do Rio Grande do Sul com o país do tango, pode tirar do porão aqueles velhos Schmidt & Wesson que seu bisavô usava para correr com os castelhanos nos momentos de tédio. Limpe o cano, veja se o interior dele precisa de um polimento, ajuste a mira e prepare-se para usá-lo no primeiro cabeludo de nariz pronunciado que aparecer diante de você pedindo "dame dos" ou algo parecido. Fique à vontade. Gaste as balas que quiser. Os argentinos, desde quarta feira passada, são oficialmente inimigos do Brasil.

A situação lembra-me um pouco aquela cena de "Estamos todos bem", de Giuseppe Tornatore, em que Marcelo Mastroiani é parado na rua por um policial romano que lhe pergunta quem é e o que faz. Mastroiani responde: "sou siciliano. É algum crime?". Para muitos italianos de Roma para cima, ser siciliano é, sim, um crime. Para muitos brasileiros, crime ainda maior é o de ser argentino. Para Wianey Carlet, os platinos têm mesmo o hábito de chamar os brasileiros de macacos. Para os jornalistas do SporTV, que cobriram o acontecido em primeira mão, é certo que Wagner e Elicarlos têm razão e Maxi Lopez é, sim, um racista de marca maior. Pensa a mesma coisa o autor do Blog do Torcedor do Cruzeiro, P.C. Almeida, para quem Maxi tem de pagar por um crime que ninguém ainda comprovou que cometeu. E muitos outros pensam a mesma coisa. Não interessa se o vídeo não mostra claramente o que Maxi Lopez disse ou não disse. Não interessa quão estranha foi a atitude de Elicarlos, deixando para denunciar ao final do jogo um fato - e um fato supostamente gravíssimo - ocorrido no primeiro tempo. Não interessa saber se, afinal, a palavra "macaco" existe ou não existe no idioma espanhol (e não existe). Tampouco interessa a amizade de Maxi Lopez com Ronaldinho Gaúcho, nascida durante a época de Barcelona. Nada disso interessa. A única coisa que interessa é a nacionalidade de Maxi López. Ele é argentino, e isso é um atestado definitivo de que se trata de um racista empedernido, um neonazista, um tipo que passa os jogos chamando os jogadores negros de macacos.

Muitos lembram de casos semelhantes, como o do também argentino Desábato, o de Antonio Carlos quando atuava no Juventude, os de vários jogadores europeus que sentiram na pele (literalmente) gritos racistas das torcidas adversárias e dos próprios adversários. Lembram disso mas esquecem de que, nesses casos, há provas conclusivas que vão muito além dos preconceitos de nacionalidade que fundamentam as acusações ao atacante tricolor.Estes acontecimentos distintos foram colocados lado a lado pelos motivos errados. Eles têm, sim, algo em comum: a impossibilidade de defesa. As câmeras flagraram Desábato, logo, ele não tem muito o que dizer em sua defesa. As câmeras também flagraram Antônio Carlos e ele também não tem o que fazer quanto a isso. Não podem se desculpar pelos crimes que cometeram, assim como Maxi Lopez. Desse crime - o de ser argentino - ele será eternamente culpado.

Canoas, 70 anos - a moça se arruma para a festa

O dia 27 de junho marca o 70º aniversário da emancipação política de Canoas (RS). Às vésperas da festa, o prédio histórico do Paço Municipal recebeu um tratamento à altura da importância da data.

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quinta-feira, 25 de junho de 2009

Elicarlos, afinal, o que aconteceu?


Ontem:

“No meio-campo, a gente fez a falta em cima do Tcheco e o atacante deles (Maxi López) chegou para mim e me chamou de macaco. Foi alto, o Wagner ouviu e foi para cima dele — declarou Elicarlos.

A declaração acima publicada também aparece mencionada no site oficial do Cruzeiro.

Hoje:

“Elicarlos: Disputei uma bola com Maxi, ele não gostou, virou-se para mim e disse: “macaco”. O Wagner também ouviu, ficou p*, e foi para cima dele. Na hora, não acreditei naquilo, fiquei sem reação.

O jogador cruzeirense deveria se decidir em qual momento do jogo pretende atribuir a Maxi Lopez a prática de racismo. Também precisa decidir o que considerou como fato motivador da atitude que imputa ao argentino: teria Maxi ficado irritado com a disputa de bola com o jogador cruzeirense e, então, proferido ofensas? Ou, teria Maxi se irritado com a falta praticado em Tcheco e, então, ofendido Elicarlos?

Não pode sustentar ora uma versão, ora outra.

Fábulas - A raposa e a cegonha

Este blog passa a ajudar a manter vivos ensinamentos contidos em fábulas milenares.

Iniciamos com A Raposa e a Cegonha

Indignação tardia

O jogador do Cruzeiro que afirma ter sido vítima de racismo por parte de Maxi Lopez esperou acabar o primeiro tempo do jogo, o intervalo e sómente após sua substituição no segundo tempo lembrou-se de tocar no assunto.

Estranho.

SPORTV - Julgamento antecipado

Revoltante ouvir os jornalistas da Sportv decidindo por antecipação que Maxi Lopez realmente proferira expressões de cunho racista contra o jogador do Cruzeiro. Lamentavam que o racismo ainda exista no futebol, dando como favas contadas que a versão do cruzeirense é fidedigna.
A imprensa precisa entender que deve informar, isto é, fazer o que presumivelmente sabe fazer, e não tentar assumir papel de inquisidor. Após decidir sobre cada palavra que teria sido dita, analisando e interpretando, o jornalista de forma retórica afirma que Maxi deve ter direito a defesa. Ora, ora.

Uma nação chamada Grêmio

Cesár Pacheco e sua equipe de apoio – com destaque para o segurança Fernandão – ao time tiveram uma postura que me encheu se orgulho na noite de 24 de junho de 2009, defendendo com vigor o sagrado território do Grêmio contra a tentativa de invasão. Na impossibilidade de manter a posição, todo o exército tricolor acompanhou um dos combatentes, estabelecendo uma união que Eli Carlos ajudou que fosse demonstrada. Não foi Maxi Lopez que saiu daquele ônibus sob um aparato policial, na tentativa de ser humilhado publicamente. Toda nação tricolor o acompanhou ,representada pelos seus jogadores, dirigentes e equipe de apoio.

Nossa” embaixada” não foi invadida sem resistência. Isto pode ser um sinal de que não ficaremos com ânimo enfraquecido ante os ardis da raposa mineira. Resistiremos. No campo de jogo, no grito da torcida, como sempre foi na nossa história, sem precisar apelar para artifícios e sem a violência que os torcedores do Cruzeiro perpetraram contra os gremistas em BH.

Posters do filme da Alice no país das maravilhas!!!

Sairam os posters do tão esperado filme da Alice no País das Maravilhas!!!!

Mia Wasikowska como Alice

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Johnny Depp como Chapeleiro Maluco

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Anne Hathaway como a Rainha Branca

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Helena Bonham Carter como a Rainha Vermelha

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Publicado por Miss Lou Lou

terça-feira, 23 de junho de 2009

Cometi um erro, comprei no site da Lancôme

Compras pela Internet não faziam parte de meus hábitos. Não achava prazeroso e preferia utilizar lojas reais e delas sair com o produto. Além disso havia o receio de não ver cumprido o contrato, já que o pagamento antecipado deixa o comprador inteiramente à mercê do vendedor. No entanto, face ofertas de produtos fora de catálogo em lojas, minha desconfiança começou a ser abalada com algumas compras feitas no Mercado Livre, todas elas entregues nas condições e prazo combinados. Embalada por essa nova visão de como fazer compras, MissLouLou me estimulou a comprar em perfumarias virtuais, com o convincente argumento do preço mais atrativo. E novamente entregas realizadas estritamente dentro do combinado.

Desconfiança em compras virtuais diminuídas face a 100% de experiências positivas em outros sites me levaram a realizar pedido na página da Lancôme. Confesso que a marca deixou-me mais tranquila ainda. Se os vendedores desconhecidos do Mercado Livre e perfumarias sem nome consagrado por essas bandas foram corretíssimos o que se poderia esperar de uma marca com fama mundial? Ofertas boas estimularam ainda mais a realização da compra.

Então dia 17 de junho concretizei a compra no site com a promessa de que no máximo em 4 dias úteis receberia as mercadorias. Normal: como nos outros sites e geralmente a entrega é feita antes do final do prazo. Foi indicado que acompanhasse pelo site o andamento do pedido. Assim, na sexta-feira, segundo dia do prazo, visitei o site em busca de informações, com a esperança de que o pedido fosse entregue no sábado. Estranhei que nada do que ali constava indicava movimentação, o pedido em si. Aquela voz interior mandou-me ligar para a Lancôme e obtive a informação de que ” um erro de sistema” impedira o repasse da ordem de entrega para o setor responsável, mas face ao meu telefonema isso seria feito. Imaginei que seria feito imediatamente, afinal nosso contrato tinha prazo para cumprimento. No entanto, no sábado ainda não se observava alteração no site, evidenciando que ainda não fora determinada expedição dos produtos. Nova ligação e recomendação de que aguardasse , eis que na segunda-feira seriam tomadas providências. Além disso, foi recomendado de que aguardasse, pois entrariam em contato, via correio eletrônico. Como silenciaram na segunda-feira e o site indicava a mesma situação liguei novamente e recebi novamente recomendação de que aguardasse.

Hoje, no prazo fatal para entrega dos produtos recebo um e-mail indicando a postagem de minha compra e o aviso de que poderá ser entregue no prazo máximo de quatro dias. Agem como se nada tivesse acontecido, como se a entrega estivesse dentro da normalidade. Situação anômala não gerou da parte da empresa vendedora nenhum tipo de ação especial para cumprir o contrato no prazo.

Além disso, imaginem tivesse eu quedado inerte. A situação permaneceria a mesma, diante da “falha do sistema” com a consumidora esperando uma mercadoria que nunca iria chegar.

Agora, mesmo com o número da postagem em mãos, minha confiança está abalada.

Estou esperando que chegue, mas sempre com a famosa “pulguinha atrás da orelha” diante dessa situação.

E empresa tem o desplante de mandar mensagem com o seguinte final:

Esperamos o seu retorno em breve para que você possa descobrir novos produtos, ofertas e se encantar com o universo de beleza e cuidados Lancôme.

Nunca mais e recomendo a todos que façam o mesmo. Não caiam na armadilha.

segunda-feira, 22 de junho de 2009

Média de público nos estádios europeus 2007/2008

  1. Real Madrid CF (Espanha) - 76.200
  2. Manchester United (Inglaterra) - 75.690
  3. Borussia Dortmund (Alemanha) - 72.500
  4. Bayern Munique (Alemanha) - 69.000
  5. FC Barcelona (Espanha) - 67.560
  6. Schalke 04 (Alemanha) - 61.275
  7. Arsenal FC (Inglaterra) - 60.070
  8. Celtic FC (Escócia) - 56.675
  9. AC Milan (Itália) 56.640
  10. Hamburguer SV (Alemanha) - 55.365
  11. Olympique Marseille - (França) - 52.600
  12. Newcastle United (Inglaterra) - 51.324
  13. Internazionale (Itália) - 51.210
  14. VfB Stuttgart (Alemanha) - 50.445
  15. FC Rangers (Escócia) - 49.145
  16. Ajax (Holanda) - 49.125
  17. Eintracht Frankfurt (Alemanha) - 48.325
  18. Hertha BSC (Alemanha) - 45.440
  19. Atlético de Madrid (Espanha) - 45.255
  20. Feyenoord (Holanda) - 44.620
  21. FC Koln (Alemanha) - 43.740
  22. Liverpool FC (Inglaterra) - 43.534
  23. FC Nuremberg (Alemanha) - 43.450
  24. Sunderland (Inglaterra) - 43.343
  25. Manchester City (Inglaterra) - 42.126
  26. Chelsea FC (Inglaterra) - 41.396
  27. SS Napoli (Itália) - 40.780
  28. Valencia (Espanha) - 40.710
  29. Borussia Munchengladbach (Alemanha) - 40.250
  30. Hannover 96 (Alemanha) - 40.235
  31. Werder Bremen (Alemanha) - 40.310
  32. Aston Villa (Inglaterra) - 39.870
  33. FC Sevilla (Espanha) - 39.555
  34. SL Benfica (Portugal) - 38.709
  35. FC Porto (Portugal) - 38.630
  36. Real Bétis (Espanha) - 37.420
  37. Olympique Lyonnais (França) - 37.295
  38. AS Roma (Itália) - 37.275
  39. Everton FC (Inglaterra) - 36.955
  40. Paris Saint-Germain (França) - 36.945
  41. Athletic Bilbao (Espanha) - 36.235
  42. Tottenham Hotspurs (Inglaterra) - 35.966
  43. Munique 1860 (Alemanha) - 35.070
  44. RC Lens (França) - 34.655
  45. West Ham United (Inglaterra) - 34.600
  46. PSV Eindhoven (Holanda) - 33.510
  47. Fiorentina (Itália) - 31.385
  48. Derby County (Inglaterra) - 30.870
  49. Sporting CP (Portugal) - 30.721
  50. Real Zaragoza (Espanha) - 30.710


Fonte: Agradecemos a Alexandre Magno Barreto Berwanger o envio do link do Futebol Finance onde consta a notícia.

Ronaldo e Adriano

O Blog Perspectiva homenageia aqui o retorno ao Brasil desses dois craques que tem reconhecimento internacional.

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Comemorando vitórias

Adriano Ronaldo

A cerveja é nacional mas o sucesso é internacional

quinta-feira, 18 de junho de 2009

O peso de Ronaldo

Foi discutidíssimo o segundo gol do Corinthians na vitória de ontem sobre o Internacional, válida pelo primeiro jogo da final da Copa do Brasil. Para muitos, o meio-campista Elias não poderia ter cobrado aquela falta com a bola rolando e, consequentemente, o lance seguinte - o gol de Ronaldo - não poderia ter acontecido. Os colorados reclamam com todo o direito que os perdedores têm de reclamar. Nós, que nada temos com isso, atentamos apenas para o lance do gol e para quem o marcou.

Ronaldo recebeu a bola e arranca em direção ao gol do Inter pelo lado direito da grande área colorada. Com dois zagueiros na sua cola, sua única saída é cortar para o lado e chutar com a perna esquerda (Ronaldo é destro). É o que todo atacante pretenderia fazer. A maioria não tenta, pois sabe que não vai conseguir. O argentino Maxi Lopez teve um lance parecido no jogo contra o Caracas, ontem, e, em vez de cortar para o lado, bateu de pronto e chutou a bola nas imediações do Obelismo,em Buenos Aires. Outros tentam,mas não conseguem o drible. Outros até conseguem driblar, mas, tomados pelo nervosismo da situação, fazem o mesmo que Maxi Lopez fez. E outros simplesmente driblam mas não sabem chutar. Ronaldo não se encaixa em nenhuma dessas situações: sabe fazer o corte, sabe driblar, sabe chutar, sabe que sabe de tudo isso e, sobretudo, não demonstra o menor nervosismo em fazê-lo. Quando recebeu a bola, cortou para o lado e chutou, o atacante carioca parecia executar uma tarefa rotineira, simples, repetida tediosamente todos os dias e há muito tempo. Com tranquilidade, fez o que devia fazer e marcou o gol. Como já fez centenas de vezes nos quatro cantos do mundo, de todas as maneiras possíveis, contra adversários de todos os níveis e patamares. Ronaldo já marcou gols em defesas onde militaram Franco Baresi, Paolo Maldini, Lothar Matthaeus, Tony Adams e Frank Rijkaard e já fez Zubizarreta, Zetti, Kahn, Pagliuca, Preud´homme, Buffon e Barthez buscarem a pelota no fundo das redes. Já calou estádios, torcidas adversárias, sua própria torcida e todos os seus críticos. Ronaldo já experienciou tudo o que o futebol pode proporcionar a um atacante world class. Quando veste a 9 do Corinthians e entra em campo com seus companheiros esses gols marcados, essas bocas caladas, essas expressões de desapontamento dos maiores goleiros do mundo batidos pelo seu inimitável faro de gol entram junto com ele e lhe conferem um peso que nenhum atacante de hoje tem. Nem aqui, nem em outras paragens. E tudo isso que acompanha Ronaldo, para tristeza dos críticos maldosos e de adversários como os de ontem à noite, não pode ser medido em quilos.


A humildade e Pablo Santana

Paulo Santana é uma das figuras mais representativas do meio jornalístico do Rio Grande do Sul. É um gremista fanático, com os erros e acertos decorrentes da condição de fanático, o cronista mais lido e influente do Estado e, além disso, completou 70 anos no último dia 15 de junho.

Os colegas de Santana no Jornal do Almoço o homenagearam com retrospecto de momentos de sua participação no programa ao longo de 37 anos. E Santana cantou - como gosta de fazer, embora este talento lhe tenha sido negado por quem tem a incumbência de distribuí-los . Porém, dada a sua invulgar capacidade geminiana de apresentar múltiplas facetas e, mesmo não sabendo cantar, canta e nos faz gostar de sua apresentação apesar de sua pouca qualidade. Tivemos oportunidade de ouvir Se é verdade do grande Lupicínio e uma linda seresta de J. Cascata e Leonel Azevedo gravada por Orlando Silva Não foi o tempo. Foram momentos deliciosos, como o vídeo nos mostra .

Santana tem a capacidade de escrever sobre situações do cotidiano de maneira diferenciada, expressando o que sentimos e não sabemos externar. Nesse olhar reside, a meu juízo, sua genialidade. Genialidade, aliás ,com a qual ele brinca autoproclamando-a, com absoluta, deliberada , debochada e divertida falta de humildade.

Tudo isso faz parte do show da vida de Paulo Santana.

Publicado por Miss Lou Lou | Geral | |

quarta-feira, 17 de junho de 2009

terça-feira, 16 de junho de 2009

A camisa de Noel


Manhã de terça-feira, hora do café, olhadinha básica no jornal, no caso Zero Hora, O Segundo Caderno estampa foto de camiseta da Seleção Brasileira, com o nome de Noel impresso, o que chama minha atenção.Lendo a coluna A Camisa do Brasil, assinada por Mariana Bertolucci tomo conhecimento da sugestão da jornalista ao casal que consta ter encontrado a peça em armário de hotel de Porto Alegre.Ao afirmar com convicção que a peça pertence a Noel Gallagher da banda Oasis, que hospedou-se na mesma suíte no mês de maio passado, sugere que o casal realize leilão beneficente.
Vejamos se entendi. Sabedora de que alguém encontrou algo que pertence a outrem, ciente desta circunstãncia, recomenda que se aposse do bem e posteriormente o leiloe para fins caritativos. Ou seja, disponha do que reconhecidamente não é seu. Aquele comportamento de procurar fazer chegar às mãos do legítimo dono o que foi encontrado saiu de moda? Ou depende de quem perde ou esquece e de quem acha?
Que coisa…

Publicado por Miss Lou Lou |

segunda-feira, 15 de junho de 2009

NY por Will Eisner

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A cidade de Nova York é uma das obsessões do quadrinista Will Eisner. Grande parte de sua obra tem a Big Apple como cenário. Mas não como os cenários costumam ser, meros panos de fundo para a ação dos personagens. A Nova York de Will Eisner parece ser quase uma entidade viva, com personalidade própria, capaz de atuar na vida de cada um dos seus habitantes como uma mãe – e uma mãe dominadora.

Nova York: A vida na Grande Cidade (Cia das Letras, 440 páginas, tradução de Augusto Calil) é uma espécie de Suma dos retratos que Eisner faz da cidade e dos seus habitantes em seus outros livros, sobretudo Avenida Dropsie, A Força da Vida e O Sonhador. Aqui, porém, câmera de Eisner aproximase um pouco mais: cada história é uma espécie de flash de uma situação única, de um momento efêmero dentre os incontáveis momentos efêmeros que a vida na cidade grande proporciona. Muitas vezes sequer há diálogo: basta a imagem pura e simples do traço expressionista de Eisner para revelar os mistérios escondidos nas vielas sujas, nos becos, nas mansões,nos pequenos apartamentos de classe média baixa, nos bairros de imigrantes que o autor conheceu tão bem na infância. Mistérios estes que, uma vez revelados, deixam à mostra uma beleza insuspeita e, entretanto, incomparável. Assim como a cidade de Nova York. Assim como o grande Will Eisner.

Onde encontrar:
www.ciadasletras.com.br
(11) 3707.3501

sábado, 13 de junho de 2009

Frei Rovílio- O ideal da leitura

A notícia do falecimento do frei Rovílio Costa nos entristece profundamente. Tivemos oportunidade de conhecer o frei em meados de 2004 e desde então nos tornamos seus admiradores. O amigo dos livros e dos gatos conquistou nossos corações por sua inteligência, sua capacidade de transmissão de conhecimentos e principalmente, pelo fato de que era uma daquelas pessoas que fazem o mundo ser um lugar mais agradável, mais feliz.Lamentamos saber que naquela casa repleta de livros e gatos não estará mais a figura física do simpático frei, mas resta o consolo de que sua obra permanecerá e seu exemplo estará presente nos corações e mentes que ele conquistou.

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Frei Rovílio na Feira do Livro de 2008 dirigindo-se para assistir espetáculo de Ariano Suassuna

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Como homenagem ao querido Frei reproduzimos aqui o texto que publicamos no jornal canoense O Timoneiro no dia 28 de outubro de 2005 .

O IDEAL DA LEITURA

Patrono da Feira do Livro é título pomposo. Então imaginamos a figura do patrono como alguém de difícil acesso, um intelectual sisudo e quase inalcançável.No entanto, a figura de Frei Rovílio Costa escolhido para ocupar o cargo neste ano desmonta totalmente esta concepção.Basta entrar nas depedências da Editôra EST para pércebermos que estamos ingressando no mundo de alguém que encara a vida e as pessoas de acordo com os valores cristãos que defende. Em meio a livros e mais livros, circula sobranceira, totalmente cônscia de seus direitos, a gata Gelina, que o patrono qualifica como gata de telhado. Neste ambiente, Frei Rovílio Costa conduz a maior editora do Rio Grande do Sul, e nos recebeu para uma entrevista, com a presença da gata, é claro.

Qual a importância de sua escolha como patrono para a Filosofia da EST?

A escolha do patrono da Feira do Livro, tanto quanto a discussão que vai começar agora sobre o Fato Literário, do qual estou entre os cinco escolhidos, não é uma escolha minha, da minha pessoa, porque não escolheriam um escritor nem um editor propriamente dito, mas uma amante seja da edição, seja do livro. As duas coisas eu as vejo como provisórias. O que é definitivo para mim é a pesquisa: seja publicando ou não, eu vou continuar pesquisando, vou continuar tentando dar ao livro a carga sentimental e afetiva para que ele não seja um intruso na mente e na vida de qualquer criança, de qualquer jovem que seja obrigado a ler inadequadamente. A escolha para patrono significa o reconhecimento de um trabalho feito, porque pelos critérios adotados até hoje, sempre se escolheu alguém da área da alta literatura, da arte, mas este ano escolheram uma ideia, um tipo de trabalho. Então os escolhidos são os mais de três mil autores que tenho publicado.

Quais os próximos projetos da EST?

O projeto principal é ir cobrindo o mais possível as etnias presentes no Brasil e Rio Grande do Sul. Nós temos coberto quase que a totalidade da etnia italiana e alemã.

Qual a relação do ideal cristão em que o senhor for formado e o seu trabalho como editor de livros?

Quando nós tomamos a história da Igreja, se diz que as duas fontes são a Bíblia e a tradição. A Bíblia é a palavra escrita, e a tradição é o boca a boca. Há verdades que estão baseadas mais no magistério da Igreja do que da Bíblia.

Como conciliar as atividades de religioso e de editor?

Eu escolhi ser religioso. Ser editor vem em decorrência. Na Universidade eu estava ligado a dois horários: o horário acadêmico e o de atividades religiosas. No resto do tempo, comecei a dar importância a escrever, a levar as outras pessoas a escrever, a pesquisar e a levar as outras pessoas a pesquisar. Editar faz parte da ocupação do tempo pessoal.

Sendo religioso, o senhor acredita em missões pessoais. Qual, então, a missão que o senhor vê na EST, e, ao mesmo tempo, qual o diferencial que o senhor vê na editora?

Alguém perguntou qual o futuro da EST, porque até o presente é um trabalho meu pessoal. São Paulo demonstra que existe a Lei e o espírito da lei, então existe o livro e o conceito (espírito) do livro. São tão importantes as obras publicadas quanto a ideia criada de que se faça cultura como cotidiano. A cultura é como a vida: não se vivem fatos esporádicos e datados, mas cada segundo do cotidiano. Como a gente não se alimenta só uma vez por ano, mas todos os dias, assim a cultura é um todo, não de um dia, mas de todos os dias. Através dos mais de rinta anos da EST, foi possível ajudar leitores e pesquisadores, que levarão as propostas da EST em suas atividades profissionais. Essa nova forma de cultura vida está assegurada, independente de a EST continuar ou não. Sua missão essencial foi realizada.

Qual o futuro do falar vêneto?

O livro Não é a morte das línguas (2000), de Claude Hagége, prevê que, das 12 mil línguasm dentro de cem anos, seriam 6 mil. Perde-se uma língua por semana. Mas, uma pesquisa recente está mostrando que também estão se formando novas línguas. E agora também há o movimento na Itália para reconstituição do ensino das línguas regionais e de grupos minoritários, com respaldo político. Decisões politicas são importantes para prestígio dos falantes. O interiorano que nunca falou português entre nós e nunca falou i9taliano oficial na Itália, com decisões políticas favoráveis, serão importantes esteios na manutenção dos idiomas, como bases de formas diferentes de identidades. A Itália, pela lei 153, estende o ensino do italiano oficial ao mundo, sem se dar conta que, de fato, a grande emigração, sobretudo de 1860 a 1914, partiu para diferentes pontos do planeta, falando seu idioma regional, provincial, comunal e, por vezes, com típicas características familiares. Dos diferentes falares vênetos, lombardos, trentinos, friulanos e outros constituiu-se aqui o Talian, como língua que hospeda as demais, com prevalência vêneta por a maioria dos imigrantes serem vênetos. A sobrevivência do Talian depende de ele conseguir respaldo político e prestígio social e uma consciência crítica que venha a se criar pelo valor intransferível de ser a língua materna, que uma vez perdida, perde o afetivo próprio. Aprender a língua que foi dos antepassados, depois que nada dela se conhece, não é aprender uma língua envolvente e sentimental, mas uma língua artificial como as demais. Então, até que alguns falam e compreendem, outros compreendem embora não falem, é o tempo precioso de salvar a base das diferentes identidades familiares, através do Taliam, que deixa caminho aberto à retomada das variantes regionais e provinciais da Itália.

Quais são suas leituras preferidas?

Eu gosto de ler, mas não me apego a este ou aquele literato. Gosto muito de José de Alencar, cearense e casualmente o Ceará é homenageado nesta Feira do Livro; são os 140 anos do Iracema. Eu comecei lendo o Tronco do Ipê. Ele escreve aventuras à beira de rios, raízes de árvores…Eu perguntava: onde será que estão estas árvores? Quando ia para casa – nós morávamos perto de um rio – tem um angico que dobra em cima do rio, eu achava qye aquela era uma das árvores descritas, mas faltavam as famosas raízes serpeando na barranca do rio.

Depois, na área da filosofia, tem Martin Buber. Um livro fantástico, que envolve história, cultura, análise até da perspectiva social é O Nome da Rosa. A partir dele, todos os livros do Umberto Eco. Até Como se faz uma tese é inovador. A proposta acadêmicca não é aquela proposta americana, assim materializada, totalmente esquematizada, parece que é só preencher um quadrinho.

Publicado por Celso Augusto Uequed Pitol |

Política oculta



Um livro intitulado Poder oculto que governa os mundos talvez leve o leitor precipitado a pensar que está diante de um tratado de teorias da conspiração. Em outras palavras, de um livro cuja credibilidade é, no mínimo, bastante discutível. Nada mais falso. O estudo do cientista político italiano Giorgio Galli destina-se a uma área que recebeu pouca atenção, isto é,a influência de sociedades secretas, grupos esotéricos e iniciáticos na política mundial.
É natural que muitos torçam o nariz para um assunto desses. Afinal, para muitos,a política está somente subordinada a interesses econômicos - aliás, não só a política, como todas as realizações humanas – e qualquer coisa além disso tem pouca influência na condução dos assuntos ligados ao poder. Giorgio Galli nos mostra que, muitas vezes, por trás de regimes políticos – totalitários, sobretudo - estão crenças profundas que pouco ou nada têm a ver com interesses econômicos e que jazem no fundo das aspirações coletivas dos povos, seus mitos particulares, sua visão de mundo, sua história e seus desejos de momento. O século XX, tão impregnado do laicismo e do culto à razão, foi justamente aquele onde o esoterismo mais influenciou na condução da política. Giorgio Galli mostra, assim, o que havia de crenças ocultas na Alemanha nazista, na Itália de Mussolini, no Portugal de Salazar e em muitos outros países.

Postado por Celso Augusto Uequed Pitol

Onde encontrar:

www.madras.com.br

sexta-feira, 12 de junho de 2009

Feriado no parque


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A quinta-feira do feriado de Corpus Christi foi um dia ensolarado e com temperatura amena em Canoas (RS). Perfeito dia para que fossemos ao parque Getúlio Vargas. O medonho muro continua por lá, mas agora pelo menos um dos derradeiros atos da administração municipal anterior teve seus efeitos nocivos diminuído face abertura do portão lateral, permitindo acesso ao parque pelo loteamento Jardim do Lago. Com satisfação entramos no parque, e uma vez lá dentro pudemos contatar que os canoenses estão cada vez mais aproveitando o espaço de lazer. É extremamente agradável ver as pessoas tomando seu chimarrão, caminhando, crianças brincando, famílias inteiras usufruindo do ar puro e do verde abundante.
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Publicado por Miss Lou Lou | Ecologia | |

terça-feira, 9 de junho de 2009

A morte de Alegria

Quem visita o campus do Vale, da UFRGS, pela primeira vez surpreende-se com a quantidade de cães que circulam pela entrada. Alguns deles são mais ousados e chegam a entrar em salas de aula dos prédios próximos - principalmente no Instituto de Letras - onde chegam a assistir às aulas com atenção raramente encontrada entre os estudantes.

Qual a razão para tantos cães num só lugar? Ninguém sabe ao certo. Uma explicação bem possível é a mais simples: porque são bem tratados. No caso dos cães abrigados pelos alunos da Letras, eles chegam a ganhar nomes de escritores famosos de acordo com o seu aspecto físico e o seu comportamento. Há o Machado de Assis, o James Joyce, o Proust, o Kafka e, curiosamente, também há um Paulo Coelho. Não consigo imaginar que tipo de coisa o pobre cãozinho tenha feito para merecer este apelido. Mesmo assim, o fato é que os cães do Campus do Vale são quase parte da família universitária.

Assim era considerada o cãozinho Alegria. Adotada pelo professor de genética Renato Zamora Flores, Alegria auxiliava no tratamento de crianças carentes vítimas de violência da seguinte maneira: os menores contavam os seus problemas a ele, e não ao médico responsável. Assim, aproveitava-se a capacidade natural dos animais em cativar as crianças e ajudá-las psicologicamente. E Alegria ajudou muitas crianças. E continuaria a ajudá-las, se não tivesse sido morto a pauladas na noite do último sábado.

O que motivou alguém a matar um simples cachorrinho de maneira tão cruel e grotesca? Ninguém sabe. E provavelmente nunca saberemos. Desconfio, porém, que o nome do cachorrinho tenha desencadeado no criminoso uma auto-repulsa tão grande, tão absurdamente forte, que não lhe restou alternativa a não ser eliminá-la, tal como o pecador, mesmo rico e poderoso, sente-se diante do santo, mesmo pobre maltratado. Ou, muito simplesmente, como a maldade sente-se diante da bondade.

segunda-feira, 8 de junho de 2009

Direito e Arte

A excelente professora de Direito de Família e Sucessões,Juliana Ribeiro do Vale, nos envia o link do site do escritório Pretto, Ribeiro do Vale onde exerce advocacia.

A chegada desta mensagem nos remete à lembrança de seu pai, engenheiro, pintor,professor, orquidófilo e aficcionado por fotografia. Chico do Vale, como é conhecido, reside em em Minas Gerais e mantém um site onde sua arte pode ser apreciada. Vale a pena conferir.

Chicodovale.com

7690191-md Foto : por Chico do Vale

Publicado por Madame Li Li

Obama no Cairo: uma breve análise

O discurso de Barack Obama no Cairo, neste último dia 4, foi mais uma aula de sensibilidade política e diplomática do presidente americano. Aplaudido entusiasticamente logo na entrada, começou com um agradecimento à Universidade do Cairo, ao povo egípcio e lembrando do que significava estar ali, naquela cidade milenar, falando aos árabes sobre um recomeço de relações. Acabou a primeira parte do discurso com a tradiconal saudação árabe "Assalamu Alaikum". Ovação total. Qualquer desconfiança inicial já se havia dissipado. A porta para o desfile do mestre Obama estava aberta.

E ele não decepcionou seus fãs: falou de um recomeço de relações e lembrou, com cautela, que Islã e Ocidente nem sempre estiveram em relação amistosa. Mostrou-se humilde o suficiente para reconhecer que não tinha condições para, num só governo, reatar essas relações. Disse que precisamos abrir os corações, falar abertamente uns aos outros e, para isso, citou o Corão várias vezes. Em seguida, lembrou de suas raízes islâmicas - seu pai era muçulmano - e tocou num ponto fulcral para quem quer conquistar a atenção dos árabes: a contribuição islâmica para a cultura Ocidental. Obama sabe muito bem de quão orgulhosos são os árabes de hoje pelos feitos de seus antepassados, à maneira daquele personagem do filme Casamento Grego para quem até a palavra "quimono" era de origem helênica. Aliás, sabe de tudo o que a sua platéia - qualquer platéia - gosta de ouvir.

Terminou a primeira parte do discurso lembrando algo que faria qualquer neocon republicano tremer nas bases: Thomas Jefferson, founding father, tinha um Corão em sua biblioteca pessoal. Um show. Aplausos delirantes para o representante do Império em terras de Maomé. O discurso inteiro, aliás, está aqui para quem quiser aprender com o mestre Obama.

O imperador grego Alexandre, quando conquistou o Oriente Médio, foi chamado pelos árabes de então - ainda não muçulmanos - de Iskandar Zu al-Karnayn, "Alexandre, o Bicorne", pelos dois chifres que usava no seu capacete representando o Ocidente e Oriente. Obama não usa chifres. Tem a cor de sua pele, o seu nome - Hussein Obama - e a sua origem, por lado; e por outro, o cargo de presidente do Império para defender. Nenhum capacete, nenhum símbolo, nenhum discurso pode superar isso e nenhuma carranca de islâmico anti-Ocidente resiste a ele.

O resultado? Um presidente dos Estados Unidos é popular entre os árabes. Yeah, baby!

quinta-feira, 4 de junho de 2009

Contos de F. Scott Fitzgerald



O filme O Estranho Caso de Benjamin Button, de David Fincher, tem quase três horas de duração. O conto O Curioso Caso de Benjamin Button, de F. Scott Fitzgerald (1896 -1940), tem exatas trinta páginas. A coletânea de contos em que ele aparece, O curioso caso de Benjamin Button e outras histórias da Era do Jazz (José Olympio, tradução de Brenno Silveira), não chega a trezentas páginas, que seria um tamanho compatível com o tempo de duração da adaptação. Só por aí já podemos ter uma idéia do que foi o trabalho do roteirista em dilatar o tempo da narrativa, inserindo detalhes que o conto não traz ou o faz de maneira implícita ou superficial. Apesar do cuidado de Fitzgerald com o estilo – clássico, sem os experimentalismos típicos dos seus contemporâneos - o conto felizmente permite essa expansão, dado o grande período de tempo transcorrido nas trinta páginas em que o escritor nos conta a história do homem que nasceu com aparência de velho e foi rejuvenescendo com o passar dos anos.

A narrativa é um dos trunfos de Fitzgerald. Assim como o nosso Machado de Assis, foi jornalista e aprendeu a arte da concisão, duramente trabalhada pelas rigorosíssimas exigências de espaço dos jornais. Também como Machado, gosta de conversar com o leitor como quem convida um amigo para tomar chá na varanda, o que é outro provável resquício do cronista e jornalista. E, como se tudo isso não bastasse, o autor de O Grande Gatsby é também muito machadiano em sua visão irônica da sociedade (sobretudo a alta sociedade), em seu pessimismo incoercível e na latente ternura pela incapacidade dos homens de sua época supostamente feliz – os anos 20 nos EUA, a “Era do Jazz” – em serem felizes. Só isso – ou tudo isso – já justifica a leitura atenta destes contos.


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