terça-feira, 21 de julho de 2009

Cartas de Burckhardt


burckhardt

O suíço Jakob Burckhardt (1818-1897) passou para a história como o típico erudito solitário, austeramente dedicado aos seus elevados afazeres e desligado do impuro mundo exterior. Isso foi, ao menos em parte, verdade: homem de hábitos simples, morador do segundo andar de uma casa de comércio durante a maior parte de sua vida, quase que inteiramente dedicado à sua cadeira de História da Arte na Universidade da Basiléia, Burckhardt contemplou com a sua época com a preocupação de um apaixonado pelos valores perenes da civilização européua diante da derrocada geral trazida pelo populismo, o capitalismo industrial e o igualitarismo.

Nestas Cartas (Topbooks, 416 páginas), vemos quão freqüentes eram estas preocupações na cabeça do autor da monumental A Cultura do Renascimento na Itália. Dirigidas a vários interlocutores – dentre os quais ninguém menos do que Friedrich Nietzsche, amigo do historiador – , Burckhardt discorre nelas sobre a sua concepção de história (outra preocupação freqüente), sobre a ascensão dos governos democráticos (entendidos aqui no seu pior aspecto, ou seja, demagógicos) na Europa e a massificação da cultura, além de muitas, muitas opiniões sobre arte, cultura e tudo o que diz respeito ao sacerdócio deste autodenominado “monge secular”.

Onde encontrar:


segunda-feira, 20 de julho de 2009

Série Clubes Brasileiros – São Raimundo – Santarém

O São Raimundo, de Santarém-PA, disputa Campeonato Brasileiro da Série D.Os habitantes do sul deste imenso país praticamente não conhecem a maioria dos participantes da série D, desconhecimento que pretendemos diminuir com esta postagem sobre o time de Santarém , ” A Pérola do Tapajós”que fica a mais de 1000Km da capital do estado do Pará, a oeste, em uma região que pretende a criação de um novo estado(Tapajós).

A cidade tem 22.887 km², com uma população aproximada de 275.000 pessoas.

rio tapajós e amazonasRios Tapajós e Amazonas em Santarem

Foto: Ronaldo Ferreira

igrejaIgreja de Nossa Senhora da Conceição, padroeira de Santarém

vitoriaVitória Régia

colosso

Colosso do Tapajós

Fonte da foto

O alvi-negro santareno,vice-campeão paraense, que tem uma pantera negra como símbolo foi fundado em 09 de janeiro de 1944 . Como curiosidade o fato de que o nome original do time era São Brás, mas na hora da inscrição para a primeira partida um dos dirigentes a fez em nome de São Raimundo. A camisa alvi negra que hoje utiliza somente foi adotada a partir de 1950, até então o uniforme era totalmente branco.

Seu estádio Dr. Everaldo Martins (O Panterão) leva o nome de médico, desportista e político que foi prefeito de Santarém em duas portunidades é utilizado apenas para treinos e jogos não-oficiais.

Os jogos oficiais da Pantera Negra Santarena são realizados no estádio estadual Jader Barbalho, o Barbalhão ou Colosso de Tapajós, sobre cuja capacidade divergem o clube (15.000) e a Federação Paraense de Futebolom (19.124) . Foi inaugurado em 1987 pelo então governador do Pará Jader Barbalho.
Na primeira partida oficial, o clássico Rai-Fran( São Raimundo e São Francisco) que terminou empatado em 1 a 1. Nas penalidades, o Leão Azul santareno levou a melhor, 4 a 2, e levou o troféu que levava o nome do estádio.

O São Francisco, tradicional rival do São Raimundo vive momentos difíceis, e tenta apoio de sua torcida para elaborar formas de reerguer-se. No entanto, a rivalidade persiste. Uma das torcidas organizadas do São Raimundo, os Loucos Alvinegros, criou uma camisa alusiva ao clássico.

Camisa_RAIFRAN_2009_AZUL frenteFonte

O técnico é Arthur Oliveira e o time conta com Labilá, Souza, Preto Marabá, Marabá, Ceará, Dudu, Beto, Trindade, Ciro, Déo Curuça,Hallace e Felipe Bragança.

Moscote_SaoRaimundo_Esporte_Clube-Pantera

MascoteUniformes_e_Simbolo-SaoRaimundoE.C

Uma curiosidade a respeito da torcida do São Raimundo é o fato de que existe uma conclamação da direção para que a mesma efetivamente apoie o clube, comparecendo ao estádio. Comparando os preços praticados com os do líder da série A o Atlético Mineiro ou com o campeão de público da série D entendo que teremos uma idéia da razão que faz os torcedores santarenses permanecerem em casa ao invés de irem ao Colosso. A média do preço dos ingressos do Atlético Mineiro é 14 reais, do Santa Cruz é de 5,6 reais, enquanto que a média dos preços praticados pelo São Raimundo é de 13 reais.

Site oficial

Maior comunidade no Orkut

Torcidas organizadas: Loucos Alvinegros, Mancha Negra, Garra Alvinegra, Fúria Alvinegra, a Nação.

Link relacionado:Tabela do Campeonato Brasileiro de Clubes- Série D






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domingo, 19 de julho de 2009

19 de julho- Dia do Futebol


gol maxiFonte GremioNet

A data de fundação do Sport Club Rio Grande, na cidade de Rio Grande/RS, o clube mais antigo do Brasil , é utilizada para homenagear o futebol.

Neste 19 de julho de 2009, foi disputado, no estádio Olímpico em Porto Alegre, pelo centésimo ano, um GreNal que foi uma verdadeira homenagem ao futebol.

souza e tchecoFonte
souzaFonte
souca caFonte
Souza homenageou o primeiro GreNal

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quinta-feira, 16 de julho de 2009

Carta a um amigo europeu


Prezado João,

Escrevo aqui momentos antes do principal acontecimento do ano. Já imaginas qual é, decerto. Lembro de ter comentado contigo em uma tarde de café qualquer quão importante é, neste lado do mundo, um jogo de futebol, importante ao ponto de nem saber se pode ser mesmo chamado de “jogo”. Jogo é diversão, é brincadeira, tem um começo e um fim que não se transmitem para o mundo exterior a ele. Uma final de Libertadores, como sabes, não é bem assim. Sei que vocês aí recebem notícias meio aterrorizantes sobre o que é o futebol neste canto esquecido do mundo e de tudo o que o cerca – aliás, eu diria que qualquer coisa aqui parece aterrorizante a vocês, não é? – e acredito que até achem interessante.

Mas, como eu dizia, o futebol numa Libertadores da América não é um jogo. Um jogo, como eu também disse antes, é uma brincadeira. Assim como meninos brincam de soldadinhos de chumbo, vocês brincam de guerra no futebol. Vocês aí na Europa brincam de repetir as pelejas do passado, transformando o gramado em uma guerra metafórica num tempo em que as velhas batalhas de capa e espada já não existem aí. Aí, o futebol é um espetáculo, algo como as cavalhadas do Maranhão, no Norte do Brasil, em que são representadas as guerras entre mouros e cristãos. Aqui, não. Há algo de terrivelmente sério numa Libertadores da América. Há algo de profundamente vital, essencial, humano num jogo deste torneio. Num jogo aí na Europa, numa cavalhada no Maranhão, numa peça de teatro, num filme sobre a Segunda Guerra temos garantias de que, acabado o espetáculo, sairemos são e salvos para o conforto de nossas casas. Façamos uma comparação: quem ganha o campeonato europeu, ganha a Liga dos Campeões, título um tanto insípido, cujo nome pouco significa. Quem vence o torneio da América do Sul recebe uma taça que homenageia os homens que tiraram os nossos povos do jugo dos europeus – de vocês – e colocaram o nosso próprio destino em nossas mãos. Quem vence uma Libertadores recebe uma taça cheia de ressentimento, dor, passado desgraçado. Uma taça cheia de sangue – do nosso sangue.

Lembro de ter visto certa vez um documentário sobre um antigo jogo dos maias, semelhante ao futebol, que tinha um significado ritual, religioso, onde o vencedor era obrigado a sacrificar-se a um deus de nome impronunciável. O jogo, se bem me lembro, tinha algo a ver com a representação da criação do mundo. Nesse sentido específico, há um jogo, sim, na Libertadores. Um jogo sério – o que, como eu disse antes, não é propriamente jogo – mas antes um ritual que, como todo ritual, reproduz simbolicamente uma situação. Jogar a Libertadores é repetir a aventura dos espanhóis e portugueses por estas terras que nunca deixaram de ser totalmente selvagens. Os estádios têm auras míticas, são encobertos por névoas, espíritos dos índios mortos pelos conquistadores (que não são os teus, mas sim os meus ancestrais, por mais que nos custe admitir), dos conquistadores abatidos pela doença e pelas feras reais e imaginárias, dos imigrantes enganados por falsas promessas de fazer uma América bem diferente daquela com a qual sonharam. Quem joga uma Libertadores da América sobe aos Andes com o Basco Aguirre e enfrenta a cólera dos deuses andinos, furiosos por terem sido acordados de seu torpor forçado: lá em cima, o Sporting Cristal, o Nacional de Medellin, o Millionarios de Bogotá, o Bolívar e o Blooming são sacerdotes de uma estranha magia que rouba o ar do visitante e o deixa abatido para a decapitação (Sim, João, não há leis contra jogar na altitude, todos sabem que faz mal, que prejudica os pulmões, que põe em risco a vida do atleta, mas não interessa: é preciso cumprir o ritual). Lá de cima, pode mirar outro desafio terrível, a cidade de Cali, caliente e úmida como são as cidades da planície na Colômbia, verdadeiro inferno verde do América – nome altissonante e elucidativo -, quatro vezes vice-campeão do torneio, que enverga uma camisa vermelha assustadora

Desce quase quatro mil metros e enfrenta o temível estádio Defensores del Chaco, localizado em meio ao desolador Chaco paraguaio, longe de Deus e dos homens civilizados, onde os inimigos do Cerro Porteño e do Olímpia recebem a dura vingança do povo paraguaio esmagado por uma guerra covarde; pega uma barca no Rio Paraguai, desce pelo rio Paraná e chega ao Rio da Prata, onde no passado aportaram miseráveis de todo o mundo em busca de pão em uma Argentina cheia de trigo e de vinho, mas também cheia de governantes corruptos e desalmados; alguns deles amontoaram-se em casebres miseráveis nas proximidades do rio e, junto a bolivianos, paraguaios e “cabecitas negras” do Norte argentino, recepcionam com paus e pedras, bumbos e bandeiras, voz e coração, aos inimigos do Club Atlético Boca Juniors. Há clubes que se localizam nos bairros: La Boca é o único bairro que é localizado no terreno do Boca Juniors, válvula de escape para os dramas, as frustrações e as desgraças dos pobres moradores dos arrabaldes de Buenos Aires. Ali perto, em La Plata, um pouco mais ao sul, situa-se o Estudiantes de La Plata, mestre incomparável na arte de torturar o adversário – fisicamente, é claro, aos pontapés, aos cotovelaços, aos furos de agulhas escondidas nas meias. Tantas pauladas sofreram os ingleses do Manchester United na final do Mundial de 1968 que reuniram os demais clubes europeus e decidiram, de uma vez por todas, que naquele continente de incivilizados não jogariam nunca mais.

Do outro lado do Rio da Prata, dois velhos gigantes aguardam cansados, quase adormecidos. São o Peñarol e o Nacional. Autênticos guerreiros, cheios de cicatrizes, com olhar melancólico de tanto olhar para o sul ártico do mundo, de tanto lutar por sua independência de dois gigantes vizinhos, os dois não assustam muito ao visitante desavisado. São clubes pobres de um país pequeno e pobre. Teoricamente, vencer um clube uruguaio é tarefa fácil. Quase todos pensam assim. O Brasil achou isso em 1950.

Aliás, bem lembrado: subindo os pampas uruguaios pelo Norte penetra-se no continente Brasil. Ali os demônios que o peregrino enfrenta são outros, talvez ainda mais traiçoeiros. A simpatia e a bonomia inata dos brasileiros revela uma aqui uma face desconhecida e cruel. O Cruzeiro de Minas Gerais, terror dos argentinos e uruguaios, apelidado La Bestia Negra, joga seusadversários num campo imenso e cheio de armadilhas preparadas pelos escravos e pelos portugueses para quem se aventurar a tentar profanar o ouro inesgotável de suas Minas; o sorridente Rio de Janeiro despeja uma gargalhada malévola no Maracanã colorido pelo vermelho e pelo negro, as cores de Exu, o demônio da umbanda; já em São Paulo, cidade arrogante e poderosa, construída por uma raça de homens altivos e industriosos – os bandeirantes -, a cidade de todas as indústrias humanas, impõe-se o São Paulo Futebol Clube ao seu visitante com o dedo em riste e o olhar fime e desafiador. Em Porto Alegre, despertar a fúria do Grêmio de Porto Alegre – o mais furioso de todos os nossos clubes – é despertar o furor do velho gaúcho defensor das fronteiras do Império contra o inimigo castelhano e convidá-lo para uma peleia de faca na mão ao som ribombante dos tambores da enlouquecida torcida do Imortal Tricolor.

Isso parece entretenimento, não é, João? Parece que dá uma certa graça ao torneio. De fato, achamos isso mesmo. Não creio que, para a gente, cadeiras almofadadas, lugares numerados, limpeza impecável nos banheiros e a presença efetiva – e não apenas simbólica – da polícia seja algo atrativo, desejado, esperado. Tudo isso transformará a nossa Libertadores em apenas mais um jogo, mais uma diversão, mais uma brincadeira. Pedir para que façamos isso é o mesmo que pedir a um católico que retire a comunhão da missa: sem o corpo de Cristo, a celebração não tem sentido. Sem o nosso corpo – exposto, maltratado, arriscado, sujo, enlameado – a Libertadores não existe e aqueles encontros de dois clubes passarão a ser meras partidas de um torneio qualquer como essa Liga dos Campeões. A Libertadores da América repete as contradições deste lado contraditório da América. A Libertadores da América é a confirmação do epíteto de que o futebol é como a vida. A Libertadores da América é, sim, como a vida – a nossa vida.

Sim, eu sei que escrevi muito. Fico por aqui.

Lembranças a ti e à família.

segunda-feira, 13 de julho de 2009

Os Cobra Coral e o Santa Cruz


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Fonte da foto

O Santa Cruz de Recife iniciou sua jornada na série D do Campeonato Brasileiro com uma extraordinária participação de seu torcedor. O Estádio do Arruda em Recife registrou o maior público da rodada de futebol no final de semana em todo país. A Nação Coral certamente foi a imensa maioria dos 45007 torcedores pagantes no Arruda no último sábado quando Santa Cruz e Central empataram em dois gols. O segundo maior público da rodada foi domingo no jogo entre Grêmio e Corinthians, no estádio Olímpico, com 30.070 pagantes.

O Santa Cruz conseguiu reunir em um único jogo como mandante mais torcedores do que o líder em média de público na série A. O Atlético Mineiro tem a média de 32627 torcedores presentes nos quatro jogos em que foi mandante.

A apaixonada Nação Coral está demonstrando determinação em auxiliar seu time do coração a sair da incômoda situação em que está colocado. A exemplo dos tricolores baianos que jamais deixaram o EC Bahia sozinho nas agruras da série C, os ” cobra coral” certamente farão diferença nas partidas disputadas no Mundão do Arruda.

A Série D promete.









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Grêmio x Corinthians – impressões de uma torcedora

Nesta tarde de domingo, o Olímpico contou com um público de 33 mil pessoas. O que, no meu ponto de vista, é quase perfeito , porque na casa dos trinta mil a torcida sempre é mais vibrante, sem aquela superlotação característica de jogos decisivos. Excesso de público quase sempre traz junto diminuição de entusiasmo. O jogo iniciou da forma que eu esperava, com a torcida saudando respeitosamente a Mano Menezes, o técnico a quem devemos a restauração de nosso orgulho como torcedores, eis que nos tirou das profundezas da série B para a disputa da final de uma Libertadores. Cantamos com muita emoção o “Mano Menezes / Dá-lhe Mano Menezes” puxado pela Geral no ritmo de “Guantamera”. E, ao final do jogo a comprovação de que o sentimento de apreço é recíproco, o que aliás já ficava evidente a cada encontro do torcedor com o técnico, nos idos de 2007.


– Eu vi a torcida do Grêmio ter essa atitude diversas vezes quando eu trabalhava aqui com profissionais que tiveram alguma participação e ficaram na história do Grêmio.
Eu sinto na mesma proporção pela torcida do Grêmio o que ela sente por mim .

Durante a partida confesso que me pegava olhando com carinho para Ronaldo, o lendário camisa 9 do Corinthians a quem nunca havia visto jogar ao vivo. Mesmo sendo sombra do que foi, ainda carrega consigo a aura do grande craque. Mesmo como adversário e mesmo sendo provocado, tenho certeza de que a maioria fica contente em saber que voltou a jogar.

Mas como é mimado o Ronaldo. Reclama de qualquer jogada dando a impressão de que vai sair de campo dizendo um mal-humorado “não jogo mais”. E tem várias chances para dizer isso: o Grêmio não o deixa jogar. Com Thiego fixo como lateral-direito recuado, André Santos não pode avançar ao ataque e a bola não chega a Ronalddo. No meio, Adilson e Tulio são dois leões prontos para caçar a bola onde ela esteja e, se não der para caça-la, vai mesmo no adversário. Um pouco à frente, o maestro Tcheco comanda a sinfonia tricolor movimentando-se entre as duas intermediárias para armar jogadas, defender e atacar. O Grêmio não pára um instante, não deixa espaços e ataca com vigor por todos os lados. O Corinthians não tem chances. Ronaldo não tem chance. Só lhe resta reclamar de cara emburrada e assistir, de longe, ao show do time de Paulo Autuori nesta bela tarde de domingo.

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domingo, 5 de julho de 2009

Não vai coisa nenhuma, Tcheco!


A leitura do blog de Cristian Bonatto neste sábado mostra bem o que uma derrota pode causar em cabecinhas menos preparadas. Em um post intitulado “Juntando os cacos”, o autor afirma o seguinte acerca do capitão gremista:

“Sua permanência no Olímpico não é mais possível pelo simbolismo que adquiriu de um time, uma atitude, uma postura e uma forma de comportamento que não podem continuar iguais. Tcheco tem a procuração para representar este Grêmio que urge mudança. O desgaste com a torcida parte daí. Imaginamos por duas vezes a foto de Tcheco ao lado das imagens de De Leon e Adílson levantando Libertadores e acabamos tendo que ouvir sempre dele os pedidos de desculpas pelos tantos “quase lá” deste Grêmio pós 2005.

Se foi a imagem das mortes na praia, também foi o símbolo do “como este time chegou até ela?”. Uns o mandarão seguir o caminho das sombras, a maioria vai oferecer a porta da frente”

O sr. Bonatto é estudante de publicidade. É possível notá-lo claramente pelas fotos que ilustram o blog. A primeira delas, a maior, é um vidro rachado. É uma das janelas do quadro social do Grêmio, atacada por torcedores irritados pelo tratamento desumando dado pela direção aos sócios antes do jogo da última quinta-feira. A segunda, ao lado, é uma prova indiscutível de falta de cavalheirismo e bons modos. O leitor do Blog Perspectiva há de reconhecê-la de pronto: é a foto do post Trapo do Tcheco, que registra o processo criativo da nossa querida Madame Y, desenhista, pintora e integrante deste blog, ao pintar um trapo em homenagem ao capitão gremista. O sr. Bonatto não faz referência de onde conseguiu a foto, não cita fonte e nem presta esclarecimentos. Em suma: não faz nada do que as regras básicas da boa convivência na Web costumam receitar.

A combinação das duas fotos tem um claro objetivo, como toda combinação de fotos preparada por um publicitário: mostrar que Tcheco é o epicentro da crise, a causa dos males da equipe, o símbolo de derrota, de um time perdedor, de uma época marcada pela falta de títulos. Tcheco traz consigo, em seus lançamentos precisos, em suas cobranças de faltas laterais e de escanteio salvadoras (o gol de Réver contra o Cruzeiro nasceu de uma delas), em sua doação em campo e em sua notável capacidade de organizar o meio campo uma espécie de maldição que contagia toda a equipe e afasta o Grêmio das conquistas. O Tcheco do sr. Bonatto é um anti-Midas, um tipo malquisto por Deus e pelos homens, um perseguido pela má sorte. Um verdadeiro inimigo público.

O sr. Bonatto é definitivo: “Sua permanência no Olímpico não é mais possível pelo simbolismo que adquiriu de um time, uma atitude, uma postura e uma forma de comportamento que não podem continuar iguais”.

Mais:

“Não. Não há nada definido neste sentido. Apenas especulações da imprensa e interpretações das palavras do próprio Tcheco. Mas já vou me despedindo do capitão. Não há como pensar em uma reformulação de verdade no time do Grêmio com a manutenção do Tcheco.”

O que sr. Bonatto pede é que mandemos esse símbolo de “um time, uma atitude, uma postura e uma forma de comportamento que não podem continuar iguais” embora de uma vez. Não explica de qual time, de qual atitude, de qual postura e de qual forma de comportamento está falando. Talvez se refira ao Tcheco que, no intervalo do jogo contra o Cruzeiro, quando tudo estava perdido, disse que iria jogar para lavar a honra da torcida; ou do Tcheco que recusou os milhões dos árabes e preferiu satisfazer o seu desejo (e o da torcida) de jogar no Grêmio; ou do Tcheco que aceitou vir para o Grêmio em 2006, quando recém saímos da Segundona e ninguém – repito: ninguém – queria vir jogar em um clube falido e com um ano muito pouco promissor; ou do Tcheco que garantiu pelo menos duas vezes, de forma decisiva, a classificação do Grêmio para as finais da Libertadores de 2007; ou do Tcheco que tantas vezes entrou em campo sem as devidas condições físicas, porque o Grêmio precisava dele; ou do Tcheco que foi tantas vezes expulso porque, ao contrário de muitos, “profissionais”, ele não conseguiu controlar-se, não conseguiu ser profissional, não conseguiu manter-se frio diante do roubo descarado, da vigarice, da trama e dos inimigos do Grêmio. O Tcheco que fez tudo o que nós, cada um de nós, verdadeiros e apaixonados torcedores, faríamos no lugar dele. Deste Tcheco – diz o sr. Bonatto – não precisamos mais.

Diante de tanta sandice, tanta injustiça, tanta barbaridade escrita por alguém que tem o poderio das Organizações Globo a seu favor para dizer e fazer acontecer, talvez fosse fácil escrevermos um texto daqueles cheios de melancolia, de amargura, de indignação contra uma injustiça cometida. Seria fácil dizermos que o pobre Tcheco não merece receber em cima de si tantas asneiras ditas por um so-called gremista. Não o faremos. O post do Sr. Bonatto já é cheio de melancolia – de falsa melancolia, fabricada, de plástico, desvinculada da realidade e do momento – e não precisamos disso no momento. O sr. Bonatto talvez goste da saudável atividade de chorar no cantinho. O Grêmio – o meu Grêmio, o de Tcheco, o do Souza, o do Herrera e de tantos outros – não pode se dar ao luxo de ficar chorando no cantinho. Temos um Brasileirão inteiro para ganhar – e para ganhar, é preciso confiança, espírito de grupo e senso coletivo, e não aquela busca por bodes expiatórios tão típica dos fracos em momentos de crise.

Fica, Tcheco.

Vai, Bonatto. Por qualquer porta, dos fundos, da frente ou do porão. Mas vai.

Rolando Schiavi – o Homem-Libertadores




24-03-2007 5Schiavi saindo do treino no Olímpico, em 2007

Quando o juiz apitou o final de Nacional 1 x 2 Estudiantes, em Montevidéu, o zagueiro argentino Rolando Schiavi se encaminhava para contar a sua quarta final de Libertadores. Foram duas com o Boca Juniors (2003 e 2004), uma com o Grêmio (2007) e agora mais uma com o Estudiantes. Ganhou dois títulos (em 2001 e 2003) e vai em busca do terceiro junto com seus companheiro de clube, dentre os quais conta o meio-campista Juan Sebastian Verón, da Seleção Argentina.

Schiavi está prestes a alcançar um recorde: o de jogador em atividade que mais disputou finais de Libertadores. Segundo estatísticas da revista Conmebol, quem detém o título de maior numero de participações em finais de Libertadores é o argentino Francisco Sá, disputando 15 partidas entre Independiente e Boca Juniors. A questão é que, na época de Francisco Sá, as finais de Libertadores eram disputadas em três partidas, em vez das duas de hoje, o que causa uma distorção entre os números atuais e os de antigamente.Dentre os jogadores em atividade, porém, não restam dúvidas de que Schiavi é o líder junto ao jogador Júnior, ex- São Paulo e Palmeiras e atualmente no Atlético Mineiro.

Quem assistiu ao jogo Estudiantes x Nacional, válido pela semifinal, pôde comprovar que as qualidades que fizeram de Schiavi um dos líderes do Boca Juniors na primeira metade dos anos 2000 continuam lá: a segurança nas jogadas áereas, o senso de posicionamento, a força física descomunal, o comprometimento com a equipe – quando estava no Grêmio, em 2007, jogou suas últimas partidas com a mesma gana de um iniciante, mesmo sabendo que já seria transferido para o Newells Old Boys- , e a simplicidade de zagueirão que não tem medo de chutar a bola para lateral quando é necessário. Ou seja, Schiavi, aos 36 anos, continua tão Schiavi quanto sempre foi. Inclusive na fome por títulos.

sexta-feira, 3 de julho de 2009

PVC – “A torcida do Grêmio se sentiu acolhida”

Como se não bastasse a ESPN Brasil, através de seus comentaristas, falarem das declarações de Elicarlos contra Maxi Lopez como sendo verdade absoluta, mesmo não havendo prova alguma do ocorrido, Paulo Vinícius Coelh, agora a pouco, falou sobre a torcida racista do tricolor gaúcho.

Oportunisticamente, a mídia criou um caso de racismo envolvendo a torcida do Grêmio durante a partida de ontem. Criou, isto mesmo. Eu estava no estádio e não ouvi absolutamente nada. Mas era de se esperar que a mídia mentirosa e oportunista criasse um fato destes. A mídia, há tempo, esperava por uma oportunidade pra chamar a torcida gremista de racista.

PVC falou como se o estádio, em uníssono, tivesse chamado Elicarlos de macaco. Mentira. Isso não ocorreu. Manifestações isoladas, se é que ocorreram, não traduzem o que é “a torcida do Grêmio”. PVC, ao comentar o ‘fato’, falou sobre uma declaração do jogador Seedorf, que certa vez disse que “falar sobre racismo gera mais racismo”. Segundo PVC, foi isso que ocorreu ontem. Nas palavras do comentarista, “a torcida do Grêmio se sentiu acolhida pelos fatos ocorridos em Minas Gerais”. Isso mesmo. A torcida do Grêmio. Este bando de nazistas, racistas, antes das declarações de Elicarlos, se continham e não manifestavam todo seu racismo no estádio do time fascista do Grêmio. Agora, porém, é diferente. A torcida do Grêmio, nas palavras de PVC,” se sentiu acolhida”, e, assim, pôde manifestar toda sua fúria racista. A torcida do Grêmio, como um todo, todos os homens, mulheres e crianças brancos, negros, asitáticos, enfim, todos os 46 mil que estavam ontem no estádio com a única preocupação de apoiar o clube do coração.

PVC falou da “torcida do Grêmio”. Não de “alguns baderneiros”, ou de “uma parte pequena da torcida”. Falou da torcida do Grêmio, falou de mim, falou de ti, gremista, que foi ao jogo e nada fez. Para o comentarista Paulo Vinícius Coelho, a torcida do Grêmio, da qual faço parte, se sentiu acolhida pelo “episódio” envolvendo Maxi Lopez. Para o comentarista Paulo Vinícius Coelho (o mesmo que, diga-se de passagem, antes mesmo do jogo do Mineirão se referiu ao Cruzeiro, em ato falho, como ‘finalista’), a torcida do Grêmio é uma grande massa racista, que fica na espreita, esperando fatos como os gerados por Elicarlos para se sentir acolhida e manifestar seu ódio racial.Odioso preconceito.

Discutindo a crise

crise


A atual crise econômica pôs em discussão aquilo que há poucos meses era tido como indiscutível: o capitalismo. De uma hora para outra, o bom e velho neoliberalismo claudicou e, hoje, ninguém se atreve a defendê-lo em público. Livros empoeirados do velho Keynes – e do ainda mais velho Karl Marx – saíram do canto das prateleiras e passaram a ser relidos com o fervor de quem procura a cura para uma doença. Como costuma acontecer em momentos como esse, marxistas saíram da toca como formigas provocadas e passaram a picar as pernas de todo mundo com a velha e boa retórica do fim do capitalismo devido aos seus problemas internos. Alguns, porém, vão um pouco além da retórica. É o caso de Istvan Meszáros e seu A Crise Estrutural do Capital (Boitempo Editora, 136 páginas).

Como todos os livros de Meszaros, este é um livro marxista. Duramente marxista. Aliás, poucos dos pensadores modernos são tão irrenunciavelmente marxistas quanto Meszaros – e poucos são capazes de fazer análises tão inteligentes e refinadas do mundo de hoje como ele. Húngaro, ex-aluno de Gyorgy Lukács, Meszaros enxerga no mundo de hoje, e com excelentes argumentos, um momento crucial de crise no capitalismo. Além disso, acredita que é preciso apresentar uma alternativa a esse sistema condenado. Esta alternativa é, naturalmente, o comunismo. Todos sabem o que acontece num regime comunista e todos sabem que devemos evitá-lo a todo custo. O problema é que comunistas como Meszáros, apesar disso tudo, não deixam de ter razão em muito do que dizem. O que fazemos com eles, então? Não sei. Mas sei que precisamos lê-los.

Onde encontrar: (11) 3875 7250
www.boitempo.com.

quarta-feira, 1 de julho de 2009

Treino é jogo

A torcida do Grêmio mostrou que para ela, treino é jogo. Mais uma vez o time gremista teve o apoio e o carinho de seu torcedor em momento que busca superação de dificuldades. Mais de três mil pessoas estiveram no Olímpico e a Geral do Grêmio cantou os tradicionais cânticos de incentivo sob o embalo dos intrumentos. O clima reinante era de confiança e vontade de participar auxiliando o time. Os jogadores sentiram essa vibração. Observamos Maxi Lopez fazendo sinais de vibração com o ritmo das canções. Aliás, Maxi foi muito aplaudido quando deixou o gramado em clara demonstração de apoio dos gremistas ao centroavante.

Ao final, os jogadores e Paulo Autuori agradeceram o apoio, aplaudindo os torcedores.

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Torcida entrando no estádio


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Torcedor com seus bumbos, suas bandeiras e sua esperança

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Apoio a Maxi Lopez

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Jogadores aplaudem a torcida ao final do treino

domingo, 28 de junho de 2009

Vamos seguir a canção

Na quinta-feira à noite, o Grêmio enfrenta o Cruzeiro pela partida de volta das semifinais da Copa Libertadores da América. O desafio parece impossível: fazer 2 x 0 em uma equipe tarimbada, um clube acostumado a jogar decisões por mata-mata. Somado a isso está o fato de que o ataque do Grêmio está inoperante. Uma missão dificílima, portanto.

Mas voltemos no tempo: há dois anos atrás o Grêmio enfrentava o Santos nas semifinais do torneio. Assim como o Cruzeiro, o clube da baixada paulista também tinha um histórico de complicar para o Grêmio, ainda mais em seus domínios. Dito e feito: o jogo na Vila Belmiro terminou 3 x 1 para o Santos. Mas mesmo assim o Grêmio classificou! Havia feito…2 x 0 no Estádio Olímpico.

Como foi possível àquela época um resultado deste porte jogando em casa? Não podemos dizer que foi superioridade técnica e tampouco sorte. Quem fez a diferença naquele 30 de maio de 2007 foram aqueles que Muricy Ramalho afirmou não saberem nada de futebol: os torcedores. Desde o primeiro minuto o Estádio Olímpico pulsou como jamais havia pulsado, cantando em uníssono canções pelo Grêmio. O segundo gol, o zagueiro santista Adailton afirmou dias depois, aconteceu porque “era impossível ouvir os avisos dos companheiros, tamanho o barulho que vinha das arquibancadas”. A torcida gremista vivia o seu auge cantando sempre, em uma só voz, em busca do mundial.

A Geral do Grêmio dava o tom e o Olímpico seguia a canção, tranformando-se no temido caldeirão.

Circunstâncias que não serão objeto deste post modificaram um pouco o quadro da torcida do Grêmio. Hoje os torcedores não sabem qual canção seguir, e o que antes era um canto que se ouvia em alto e bom som de qualquer ponto do estádio, hoje se perde no meio do caminho em razão de ter duas torcidas que “puxam” músicas diferentes: Geral e Velha Escola.

Quinta-feira o Grêmio precisa jogar realmente em casa, precisa que o adversário sinta temor pela força da torcida gremista, e isso só vai ocorrer se o Olímpico inteiro seguir em uníssono a mesma canção.


sábado, 27 de junho de 2009

O crime de Maxi López

Está aberta a temporada de caça a argentinos. Você, que mora na fronteira do Rio Grande do Sul com o país do tango, pode tirar do porão aqueles velhos Schmidt & Wesson que seu bisavô usava para correr com os castelhanos nos momentos de tédio. Limpe o cano, veja se o interior dele precisa de um polimento, ajuste a mira e prepare-se para usá-lo no primeiro cabeludo de nariz pronunciado que aparecer diante de você pedindo "dame dos" ou algo parecido. Fique à vontade. Gaste as balas que quiser. Os argentinos, desde quarta feira passada, são oficialmente inimigos do Brasil.

A situação lembra-me um pouco aquela cena de "Estamos todos bem", de Giuseppe Tornatore, em que Marcelo Mastroiani é parado na rua por um policial romano que lhe pergunta quem é e o que faz. Mastroiani responde: "sou siciliano. É algum crime?". Para muitos italianos de Roma para cima, ser siciliano é, sim, um crime. Para muitos brasileiros, crime ainda maior é o de ser argentino. Para Wianey Carlet, os platinos têm mesmo o hábito de chamar os brasileiros de macacos. Para os jornalistas do SporTV, que cobriram o acontecido em primeira mão, é certo que Wagner e Elicarlos têm razão e Maxi Lopez é, sim, um racista de marca maior. Pensa a mesma coisa o autor do Blog do Torcedor do Cruzeiro, P.C. Almeida, para quem Maxi tem de pagar por um crime que ninguém ainda comprovou que cometeu. E muitos outros pensam a mesma coisa. Não interessa se o vídeo não mostra claramente o que Maxi Lopez disse ou não disse. Não interessa quão estranha foi a atitude de Elicarlos, deixando para denunciar ao final do jogo um fato - e um fato supostamente gravíssimo - ocorrido no primeiro tempo. Não interessa saber se, afinal, a palavra "macaco" existe ou não existe no idioma espanhol (e não existe). Tampouco interessa a amizade de Maxi Lopez com Ronaldinho Gaúcho, nascida durante a época de Barcelona. Nada disso interessa. A única coisa que interessa é a nacionalidade de Maxi López. Ele é argentino, e isso é um atestado definitivo de que se trata de um racista empedernido, um neonazista, um tipo que passa os jogos chamando os jogadores negros de macacos.

Muitos lembram de casos semelhantes, como o do também argentino Desábato, o de Antonio Carlos quando atuava no Juventude, os de vários jogadores europeus que sentiram na pele (literalmente) gritos racistas das torcidas adversárias e dos próprios adversários. Lembram disso mas esquecem de que, nesses casos, há provas conclusivas que vão muito além dos preconceitos de nacionalidade que fundamentam as acusações ao atacante tricolor.Estes acontecimentos distintos foram colocados lado a lado pelos motivos errados. Eles têm, sim, algo em comum: a impossibilidade de defesa. As câmeras flagraram Desábato, logo, ele não tem muito o que dizer em sua defesa. As câmeras também flagraram Antônio Carlos e ele também não tem o que fazer quanto a isso. Não podem se desculpar pelos crimes que cometeram, assim como Maxi Lopez. Desse crime - o de ser argentino - ele será eternamente culpado.

Canoas, 70 anos - a moça se arruma para a festa

O dia 27 de junho marca o 70º aniversário da emancipação política de Canoas (RS). Às vésperas da festa, o prédio histórico do Paço Municipal recebeu um tratamento à altura da importância da data.

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quinta-feira, 25 de junho de 2009

Elicarlos, afinal, o que aconteceu?


Ontem:

“No meio-campo, a gente fez a falta em cima do Tcheco e o atacante deles (Maxi López) chegou para mim e me chamou de macaco. Foi alto, o Wagner ouviu e foi para cima dele — declarou Elicarlos.

A declaração acima publicada também aparece mencionada no site oficial do Cruzeiro.

Hoje:

“Elicarlos: Disputei uma bola com Maxi, ele não gostou, virou-se para mim e disse: “macaco”. O Wagner também ouviu, ficou p*, e foi para cima dele. Na hora, não acreditei naquilo, fiquei sem reação.

O jogador cruzeirense deveria se decidir em qual momento do jogo pretende atribuir a Maxi Lopez a prática de racismo. Também precisa decidir o que considerou como fato motivador da atitude que imputa ao argentino: teria Maxi ficado irritado com a disputa de bola com o jogador cruzeirense e, então, proferido ofensas? Ou, teria Maxi se irritado com a falta praticado em Tcheco e, então, ofendido Elicarlos?

Não pode sustentar ora uma versão, ora outra.

Fábulas - A raposa e a cegonha

Este blog passa a ajudar a manter vivos ensinamentos contidos em fábulas milenares.

Iniciamos com A Raposa e a Cegonha

Indignação tardia

O jogador do Cruzeiro que afirma ter sido vítima de racismo por parte de Maxi Lopez esperou acabar o primeiro tempo do jogo, o intervalo e sómente após sua substituição no segundo tempo lembrou-se de tocar no assunto.

Estranho.

SPORTV - Julgamento antecipado

Revoltante ouvir os jornalistas da Sportv decidindo por antecipação que Maxi Lopez realmente proferira expressões de cunho racista contra o jogador do Cruzeiro. Lamentavam que o racismo ainda exista no futebol, dando como favas contadas que a versão do cruzeirense é fidedigna.
A imprensa precisa entender que deve informar, isto é, fazer o que presumivelmente sabe fazer, e não tentar assumir papel de inquisidor. Após decidir sobre cada palavra que teria sido dita, analisando e interpretando, o jornalista de forma retórica afirma que Maxi deve ter direito a defesa. Ora, ora.

Uma nação chamada Grêmio

Cesár Pacheco e sua equipe de apoio – com destaque para o segurança Fernandão – ao time tiveram uma postura que me encheu se orgulho na noite de 24 de junho de 2009, defendendo com vigor o sagrado território do Grêmio contra a tentativa de invasão. Na impossibilidade de manter a posição, todo o exército tricolor acompanhou um dos combatentes, estabelecendo uma união que Eli Carlos ajudou que fosse demonstrada. Não foi Maxi Lopez que saiu daquele ônibus sob um aparato policial, na tentativa de ser humilhado publicamente. Toda nação tricolor o acompanhou ,representada pelos seus jogadores, dirigentes e equipe de apoio.

Nossa” embaixada” não foi invadida sem resistência. Isto pode ser um sinal de que não ficaremos com ânimo enfraquecido ante os ardis da raposa mineira. Resistiremos. No campo de jogo, no grito da torcida, como sempre foi na nossa história, sem precisar apelar para artifícios e sem a violência que os torcedores do Cruzeiro perpetraram contra os gremistas em BH.

Posters do filme da Alice no país das maravilhas!!!

Sairam os posters do tão esperado filme da Alice no País das Maravilhas!!!!

Mia Wasikowska como Alice

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Johnny Depp como Chapeleiro Maluco

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Anne Hathaway como a Rainha Branca

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Helena Bonham Carter como a Rainha Vermelha

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Publicado por Miss Lou Lou

terça-feira, 23 de junho de 2009

Cometi um erro, comprei no site da Lancôme

Compras pela Internet não faziam parte de meus hábitos. Não achava prazeroso e preferia utilizar lojas reais e delas sair com o produto. Além disso havia o receio de não ver cumprido o contrato, já que o pagamento antecipado deixa o comprador inteiramente à mercê do vendedor. No entanto, face ofertas de produtos fora de catálogo em lojas, minha desconfiança começou a ser abalada com algumas compras feitas no Mercado Livre, todas elas entregues nas condições e prazo combinados. Embalada por essa nova visão de como fazer compras, MissLouLou me estimulou a comprar em perfumarias virtuais, com o convincente argumento do preço mais atrativo. E novamente entregas realizadas estritamente dentro do combinado.

Desconfiança em compras virtuais diminuídas face a 100% de experiências positivas em outros sites me levaram a realizar pedido na página da Lancôme. Confesso que a marca deixou-me mais tranquila ainda. Se os vendedores desconhecidos do Mercado Livre e perfumarias sem nome consagrado por essas bandas foram corretíssimos o que se poderia esperar de uma marca com fama mundial? Ofertas boas estimularam ainda mais a realização da compra.

Então dia 17 de junho concretizei a compra no site com a promessa de que no máximo em 4 dias úteis receberia as mercadorias. Normal: como nos outros sites e geralmente a entrega é feita antes do final do prazo. Foi indicado que acompanhasse pelo site o andamento do pedido. Assim, na sexta-feira, segundo dia do prazo, visitei o site em busca de informações, com a esperança de que o pedido fosse entregue no sábado. Estranhei que nada do que ali constava indicava movimentação, o pedido em si. Aquela voz interior mandou-me ligar para a Lancôme e obtive a informação de que ” um erro de sistema” impedira o repasse da ordem de entrega para o setor responsável, mas face ao meu telefonema isso seria feito. Imaginei que seria feito imediatamente, afinal nosso contrato tinha prazo para cumprimento. No entanto, no sábado ainda não se observava alteração no site, evidenciando que ainda não fora determinada expedição dos produtos. Nova ligação e recomendação de que aguardasse , eis que na segunda-feira seriam tomadas providências. Além disso, foi recomendado de que aguardasse, pois entrariam em contato, via correio eletrônico. Como silenciaram na segunda-feira e o site indicava a mesma situação liguei novamente e recebi novamente recomendação de que aguardasse.

Hoje, no prazo fatal para entrega dos produtos recebo um e-mail indicando a postagem de minha compra e o aviso de que poderá ser entregue no prazo máximo de quatro dias. Agem como se nada tivesse acontecido, como se a entrega estivesse dentro da normalidade. Situação anômala não gerou da parte da empresa vendedora nenhum tipo de ação especial para cumprir o contrato no prazo.

Além disso, imaginem tivesse eu quedado inerte. A situação permaneceria a mesma, diante da “falha do sistema” com a consumidora esperando uma mercadoria que nunca iria chegar.

Agora, mesmo com o número da postagem em mãos, minha confiança está abalada.

Estou esperando que chegue, mas sempre com a famosa “pulguinha atrás da orelha” diante dessa situação.

E empresa tem o desplante de mandar mensagem com o seguinte final:

Esperamos o seu retorno em breve para que você possa descobrir novos produtos, ofertas e se encantar com o universo de beleza e cuidados Lancôme.

Nunca mais e recomendo a todos que façam o mesmo. Não caiam na armadilha.

segunda-feira, 22 de junho de 2009

Média de público nos estádios europeus 2007/2008

  1. Real Madrid CF (Espanha) - 76.200
  2. Manchester United (Inglaterra) - 75.690
  3. Borussia Dortmund (Alemanha) - 72.500
  4. Bayern Munique (Alemanha) - 69.000
  5. FC Barcelona (Espanha) - 67.560
  6. Schalke 04 (Alemanha) - 61.275
  7. Arsenal FC (Inglaterra) - 60.070
  8. Celtic FC (Escócia) - 56.675
  9. AC Milan (Itália) 56.640
  10. Hamburguer SV (Alemanha) - 55.365
  11. Olympique Marseille - (França) - 52.600
  12. Newcastle United (Inglaterra) - 51.324
  13. Internazionale (Itália) - 51.210
  14. VfB Stuttgart (Alemanha) - 50.445
  15. FC Rangers (Escócia) - 49.145
  16. Ajax (Holanda) - 49.125
  17. Eintracht Frankfurt (Alemanha) - 48.325
  18. Hertha BSC (Alemanha) - 45.440
  19. Atlético de Madrid (Espanha) - 45.255
  20. Feyenoord (Holanda) - 44.620
  21. FC Koln (Alemanha) - 43.740
  22. Liverpool FC (Inglaterra) - 43.534
  23. FC Nuremberg (Alemanha) - 43.450
  24. Sunderland (Inglaterra) - 43.343
  25. Manchester City (Inglaterra) - 42.126
  26. Chelsea FC (Inglaterra) - 41.396
  27. SS Napoli (Itália) - 40.780
  28. Valencia (Espanha) - 40.710
  29. Borussia Munchengladbach (Alemanha) - 40.250
  30. Hannover 96 (Alemanha) - 40.235
  31. Werder Bremen (Alemanha) - 40.310
  32. Aston Villa (Inglaterra) - 39.870
  33. FC Sevilla (Espanha) - 39.555
  34. SL Benfica (Portugal) - 38.709
  35. FC Porto (Portugal) - 38.630
  36. Real Bétis (Espanha) - 37.420
  37. Olympique Lyonnais (França) - 37.295
  38. AS Roma (Itália) - 37.275
  39. Everton FC (Inglaterra) - 36.955
  40. Paris Saint-Germain (França) - 36.945
  41. Athletic Bilbao (Espanha) - 36.235
  42. Tottenham Hotspurs (Inglaterra) - 35.966
  43. Munique 1860 (Alemanha) - 35.070
  44. RC Lens (França) - 34.655
  45. West Ham United (Inglaterra) - 34.600
  46. PSV Eindhoven (Holanda) - 33.510
  47. Fiorentina (Itália) - 31.385
  48. Derby County (Inglaterra) - 30.870
  49. Sporting CP (Portugal) - 30.721
  50. Real Zaragoza (Espanha) - 30.710


Fonte: Agradecemos a Alexandre Magno Barreto Berwanger o envio do link do Futebol Finance onde consta a notícia.

Ronaldo e Adriano

O Blog Perspectiva homenageia aqui o retorno ao Brasil desses dois craques que tem reconhecimento internacional.

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Comemorando vitórias

Adriano Ronaldo

A cerveja é nacional mas o sucesso é internacional

quinta-feira, 18 de junho de 2009

O peso de Ronaldo

Foi discutidíssimo o segundo gol do Corinthians na vitória de ontem sobre o Internacional, válida pelo primeiro jogo da final da Copa do Brasil. Para muitos, o meio-campista Elias não poderia ter cobrado aquela falta com a bola rolando e, consequentemente, o lance seguinte - o gol de Ronaldo - não poderia ter acontecido. Os colorados reclamam com todo o direito que os perdedores têm de reclamar. Nós, que nada temos com isso, atentamos apenas para o lance do gol e para quem o marcou.

Ronaldo recebeu a bola e arranca em direção ao gol do Inter pelo lado direito da grande área colorada. Com dois zagueiros na sua cola, sua única saída é cortar para o lado e chutar com a perna esquerda (Ronaldo é destro). É o que todo atacante pretenderia fazer. A maioria não tenta, pois sabe que não vai conseguir. O argentino Maxi Lopez teve um lance parecido no jogo contra o Caracas, ontem, e, em vez de cortar para o lado, bateu de pronto e chutou a bola nas imediações do Obelismo,em Buenos Aires. Outros tentam,mas não conseguem o drible. Outros até conseguem driblar, mas, tomados pelo nervosismo da situação, fazem o mesmo que Maxi Lopez fez. E outros simplesmente driblam mas não sabem chutar. Ronaldo não se encaixa em nenhuma dessas situações: sabe fazer o corte, sabe driblar, sabe chutar, sabe que sabe de tudo isso e, sobretudo, não demonstra o menor nervosismo em fazê-lo. Quando recebeu a bola, cortou para o lado e chutou, o atacante carioca parecia executar uma tarefa rotineira, simples, repetida tediosamente todos os dias e há muito tempo. Com tranquilidade, fez o que devia fazer e marcou o gol. Como já fez centenas de vezes nos quatro cantos do mundo, de todas as maneiras possíveis, contra adversários de todos os níveis e patamares. Ronaldo já marcou gols em defesas onde militaram Franco Baresi, Paolo Maldini, Lothar Matthaeus, Tony Adams e Frank Rijkaard e já fez Zubizarreta, Zetti, Kahn, Pagliuca, Preud´homme, Buffon e Barthez buscarem a pelota no fundo das redes. Já calou estádios, torcidas adversárias, sua própria torcida e todos os seus críticos. Ronaldo já experienciou tudo o que o futebol pode proporcionar a um atacante world class. Quando veste a 9 do Corinthians e entra em campo com seus companheiros esses gols marcados, essas bocas caladas, essas expressões de desapontamento dos maiores goleiros do mundo batidos pelo seu inimitável faro de gol entram junto com ele e lhe conferem um peso que nenhum atacante de hoje tem. Nem aqui, nem em outras paragens. E tudo isso que acompanha Ronaldo, para tristeza dos críticos maldosos e de adversários como os de ontem à noite, não pode ser medido em quilos.


A humildade e Pablo Santana

Paulo Santana é uma das figuras mais representativas do meio jornalístico do Rio Grande do Sul. É um gremista fanático, com os erros e acertos decorrentes da condição de fanático, o cronista mais lido e influente do Estado e, além disso, completou 70 anos no último dia 15 de junho.

Os colegas de Santana no Jornal do Almoço o homenagearam com retrospecto de momentos de sua participação no programa ao longo de 37 anos. E Santana cantou - como gosta de fazer, embora este talento lhe tenha sido negado por quem tem a incumbência de distribuí-los . Porém, dada a sua invulgar capacidade geminiana de apresentar múltiplas facetas e, mesmo não sabendo cantar, canta e nos faz gostar de sua apresentação apesar de sua pouca qualidade. Tivemos oportunidade de ouvir Se é verdade do grande Lupicínio e uma linda seresta de J. Cascata e Leonel Azevedo gravada por Orlando Silva Não foi o tempo. Foram momentos deliciosos, como o vídeo nos mostra .

Santana tem a capacidade de escrever sobre situações do cotidiano de maneira diferenciada, expressando o que sentimos e não sabemos externar. Nesse olhar reside, a meu juízo, sua genialidade. Genialidade, aliás ,com a qual ele brinca autoproclamando-a, com absoluta, deliberada , debochada e divertida falta de humildade.

Tudo isso faz parte do show da vida de Paulo Santana.

Publicado por Miss Lou Lou | Geral | |

quarta-feira, 17 de junho de 2009

terça-feira, 16 de junho de 2009

A camisa de Noel


Manhã de terça-feira, hora do café, olhadinha básica no jornal, no caso Zero Hora, O Segundo Caderno estampa foto de camiseta da Seleção Brasileira, com o nome de Noel impresso, o que chama minha atenção.Lendo a coluna A Camisa do Brasil, assinada por Mariana Bertolucci tomo conhecimento da sugestão da jornalista ao casal que consta ter encontrado a peça em armário de hotel de Porto Alegre.Ao afirmar com convicção que a peça pertence a Noel Gallagher da banda Oasis, que hospedou-se na mesma suíte no mês de maio passado, sugere que o casal realize leilão beneficente.
Vejamos se entendi. Sabedora de que alguém encontrou algo que pertence a outrem, ciente desta circunstãncia, recomenda que se aposse do bem e posteriormente o leiloe para fins caritativos. Ou seja, disponha do que reconhecidamente não é seu. Aquele comportamento de procurar fazer chegar às mãos do legítimo dono o que foi encontrado saiu de moda? Ou depende de quem perde ou esquece e de quem acha?
Que coisa…

Publicado por Miss Lou Lou |

segunda-feira, 15 de junho de 2009

NY por Will Eisner

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A cidade de Nova York é uma das obsessões do quadrinista Will Eisner. Grande parte de sua obra tem a Big Apple como cenário. Mas não como os cenários costumam ser, meros panos de fundo para a ação dos personagens. A Nova York de Will Eisner parece ser quase uma entidade viva, com personalidade própria, capaz de atuar na vida de cada um dos seus habitantes como uma mãe – e uma mãe dominadora.

Nova York: A vida na Grande Cidade (Cia das Letras, 440 páginas, tradução de Augusto Calil) é uma espécie de Suma dos retratos que Eisner faz da cidade e dos seus habitantes em seus outros livros, sobretudo Avenida Dropsie, A Força da Vida e O Sonhador. Aqui, porém, câmera de Eisner aproximase um pouco mais: cada história é uma espécie de flash de uma situação única, de um momento efêmero dentre os incontáveis momentos efêmeros que a vida na cidade grande proporciona. Muitas vezes sequer há diálogo: basta a imagem pura e simples do traço expressionista de Eisner para revelar os mistérios escondidos nas vielas sujas, nos becos, nas mansões,nos pequenos apartamentos de classe média baixa, nos bairros de imigrantes que o autor conheceu tão bem na infância. Mistérios estes que, uma vez revelados, deixam à mostra uma beleza insuspeita e, entretanto, incomparável. Assim como a cidade de Nova York. Assim como o grande Will Eisner.

Onde encontrar:
www.ciadasletras.com.br
(11) 3707.3501

sábado, 13 de junho de 2009

Frei Rovílio- O ideal da leitura

A notícia do falecimento do frei Rovílio Costa nos entristece profundamente. Tivemos oportunidade de conhecer o frei em meados de 2004 e desde então nos tornamos seus admiradores. O amigo dos livros e dos gatos conquistou nossos corações por sua inteligência, sua capacidade de transmissão de conhecimentos e principalmente, pelo fato de que era uma daquelas pessoas que fazem o mundo ser um lugar mais agradável, mais feliz.Lamentamos saber que naquela casa repleta de livros e gatos não estará mais a figura física do simpático frei, mas resta o consolo de que sua obra permanecerá e seu exemplo estará presente nos corações e mentes que ele conquistou.

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Frei Rovílio na Feira do Livro de 2008 dirigindo-se para assistir espetáculo de Ariano Suassuna

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Como homenagem ao querido Frei reproduzimos aqui o texto que publicamos no jornal canoense O Timoneiro no dia 28 de outubro de 2005 .

O IDEAL DA LEITURA

Patrono da Feira do Livro é título pomposo. Então imaginamos a figura do patrono como alguém de difícil acesso, um intelectual sisudo e quase inalcançável.No entanto, a figura de Frei Rovílio Costa escolhido para ocupar o cargo neste ano desmonta totalmente esta concepção.Basta entrar nas depedências da Editôra EST para pércebermos que estamos ingressando no mundo de alguém que encara a vida e as pessoas de acordo com os valores cristãos que defende. Em meio a livros e mais livros, circula sobranceira, totalmente cônscia de seus direitos, a gata Gelina, que o patrono qualifica como gata de telhado. Neste ambiente, Frei Rovílio Costa conduz a maior editora do Rio Grande do Sul, e nos recebeu para uma entrevista, com a presença da gata, é claro.

Qual a importância de sua escolha como patrono para a Filosofia da EST?

A escolha do patrono da Feira do Livro, tanto quanto a discussão que vai começar agora sobre o Fato Literário, do qual estou entre os cinco escolhidos, não é uma escolha minha, da minha pessoa, porque não escolheriam um escritor nem um editor propriamente dito, mas uma amante seja da edição, seja do livro. As duas coisas eu as vejo como provisórias. O que é definitivo para mim é a pesquisa: seja publicando ou não, eu vou continuar pesquisando, vou continuar tentando dar ao livro a carga sentimental e afetiva para que ele não seja um intruso na mente e na vida de qualquer criança, de qualquer jovem que seja obrigado a ler inadequadamente. A escolha para patrono significa o reconhecimento de um trabalho feito, porque pelos critérios adotados até hoje, sempre se escolheu alguém da área da alta literatura, da arte, mas este ano escolheram uma ideia, um tipo de trabalho. Então os escolhidos são os mais de três mil autores que tenho publicado.

Quais os próximos projetos da EST?

O projeto principal é ir cobrindo o mais possível as etnias presentes no Brasil e Rio Grande do Sul. Nós temos coberto quase que a totalidade da etnia italiana e alemã.

Qual a relação do ideal cristão em que o senhor for formado e o seu trabalho como editor de livros?

Quando nós tomamos a história da Igreja, se diz que as duas fontes são a Bíblia e a tradição. A Bíblia é a palavra escrita, e a tradição é o boca a boca. Há verdades que estão baseadas mais no magistério da Igreja do que da Bíblia.

Como conciliar as atividades de religioso e de editor?

Eu escolhi ser religioso. Ser editor vem em decorrência. Na Universidade eu estava ligado a dois horários: o horário acadêmico e o de atividades religiosas. No resto do tempo, comecei a dar importância a escrever, a levar as outras pessoas a escrever, a pesquisar e a levar as outras pessoas a pesquisar. Editar faz parte da ocupação do tempo pessoal.

Sendo religioso, o senhor acredita em missões pessoais. Qual, então, a missão que o senhor vê na EST, e, ao mesmo tempo, qual o diferencial que o senhor vê na editora?

Alguém perguntou qual o futuro da EST, porque até o presente é um trabalho meu pessoal. São Paulo demonstra que existe a Lei e o espírito da lei, então existe o livro e o conceito (espírito) do livro. São tão importantes as obras publicadas quanto a ideia criada de que se faça cultura como cotidiano. A cultura é como a vida: não se vivem fatos esporádicos e datados, mas cada segundo do cotidiano. Como a gente não se alimenta só uma vez por ano, mas todos os dias, assim a cultura é um todo, não de um dia, mas de todos os dias. Através dos mais de rinta anos da EST, foi possível ajudar leitores e pesquisadores, que levarão as propostas da EST em suas atividades profissionais. Essa nova forma de cultura vida está assegurada, independente de a EST continuar ou não. Sua missão essencial foi realizada.

Qual o futuro do falar vêneto?

O livro Não é a morte das línguas (2000), de Claude Hagége, prevê que, das 12 mil línguasm dentro de cem anos, seriam 6 mil. Perde-se uma língua por semana. Mas, uma pesquisa recente está mostrando que também estão se formando novas línguas. E agora também há o movimento na Itália para reconstituição do ensino das línguas regionais e de grupos minoritários, com respaldo político. Decisões politicas são importantes para prestígio dos falantes. O interiorano que nunca falou português entre nós e nunca falou i9taliano oficial na Itália, com decisões políticas favoráveis, serão importantes esteios na manutenção dos idiomas, como bases de formas diferentes de identidades. A Itália, pela lei 153, estende o ensino do italiano oficial ao mundo, sem se dar conta que, de fato, a grande emigração, sobretudo de 1860 a 1914, partiu para diferentes pontos do planeta, falando seu idioma regional, provincial, comunal e, por vezes, com típicas características familiares. Dos diferentes falares vênetos, lombardos, trentinos, friulanos e outros constituiu-se aqui o Talian, como língua que hospeda as demais, com prevalência vêneta por a maioria dos imigrantes serem vênetos. A sobrevivência do Talian depende de ele conseguir respaldo político e prestígio social e uma consciência crítica que venha a se criar pelo valor intransferível de ser a língua materna, que uma vez perdida, perde o afetivo próprio. Aprender a língua que foi dos antepassados, depois que nada dela se conhece, não é aprender uma língua envolvente e sentimental, mas uma língua artificial como as demais. Então, até que alguns falam e compreendem, outros compreendem embora não falem, é o tempo precioso de salvar a base das diferentes identidades familiares, através do Taliam, que deixa caminho aberto à retomada das variantes regionais e provinciais da Itália.

Quais são suas leituras preferidas?

Eu gosto de ler, mas não me apego a este ou aquele literato. Gosto muito de José de Alencar, cearense e casualmente o Ceará é homenageado nesta Feira do Livro; são os 140 anos do Iracema. Eu comecei lendo o Tronco do Ipê. Ele escreve aventuras à beira de rios, raízes de árvores…Eu perguntava: onde será que estão estas árvores? Quando ia para casa – nós morávamos perto de um rio – tem um angico que dobra em cima do rio, eu achava qye aquela era uma das árvores descritas, mas faltavam as famosas raízes serpeando na barranca do rio.

Depois, na área da filosofia, tem Martin Buber. Um livro fantástico, que envolve história, cultura, análise até da perspectiva social é O Nome da Rosa. A partir dele, todos os livros do Umberto Eco. Até Como se faz uma tese é inovador. A proposta acadêmicca não é aquela proposta americana, assim materializada, totalmente esquematizada, parece que é só preencher um quadrinho.

Publicado por Celso Augusto Uequed Pitol |

Política oculta



Um livro intitulado Poder oculto que governa os mundos talvez leve o leitor precipitado a pensar que está diante de um tratado de teorias da conspiração. Em outras palavras, de um livro cuja credibilidade é, no mínimo, bastante discutível. Nada mais falso. O estudo do cientista político italiano Giorgio Galli destina-se a uma área que recebeu pouca atenção, isto é,a influência de sociedades secretas, grupos esotéricos e iniciáticos na política mundial.
É natural que muitos torçam o nariz para um assunto desses. Afinal, para muitos,a política está somente subordinada a interesses econômicos - aliás, não só a política, como todas as realizações humanas – e qualquer coisa além disso tem pouca influência na condução dos assuntos ligados ao poder. Giorgio Galli nos mostra que, muitas vezes, por trás de regimes políticos – totalitários, sobretudo - estão crenças profundas que pouco ou nada têm a ver com interesses econômicos e que jazem no fundo das aspirações coletivas dos povos, seus mitos particulares, sua visão de mundo, sua história e seus desejos de momento. O século XX, tão impregnado do laicismo e do culto à razão, foi justamente aquele onde o esoterismo mais influenciou na condução da política. Giorgio Galli mostra, assim, o que havia de crenças ocultas na Alemanha nazista, na Itália de Mussolini, no Portugal de Salazar e em muitos outros países.

Postado por Celso Augusto Uequed Pitol

Onde encontrar:

www.madras.com.br

sexta-feira, 12 de junho de 2009

Feriado no parque


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A quinta-feira do feriado de Corpus Christi foi um dia ensolarado e com temperatura amena em Canoas (RS). Perfeito dia para que fossemos ao parque Getúlio Vargas. O medonho muro continua por lá, mas agora pelo menos um dos derradeiros atos da administração municipal anterior teve seus efeitos nocivos diminuído face abertura do portão lateral, permitindo acesso ao parque pelo loteamento Jardim do Lago. Com satisfação entramos no parque, e uma vez lá dentro pudemos contatar que os canoenses estão cada vez mais aproveitando o espaço de lazer. É extremamente agradável ver as pessoas tomando seu chimarrão, caminhando, crianças brincando, famílias inteiras usufruindo do ar puro e do verde abundante.
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Publicado por Miss Lou Lou | Ecologia | |