sexta-feira, 3 de julho de 2009

Discutindo a crise

crise


A atual crise econômica pôs em discussão aquilo que há poucos meses era tido como indiscutível: o capitalismo. De uma hora para outra, o bom e velho neoliberalismo claudicou e, hoje, ninguém se atreve a defendê-lo em público. Livros empoeirados do velho Keynes – e do ainda mais velho Karl Marx – saíram do canto das prateleiras e passaram a ser relidos com o fervor de quem procura a cura para uma doença. Como costuma acontecer em momentos como esse, marxistas saíram da toca como formigas provocadas e passaram a picar as pernas de todo mundo com a velha e boa retórica do fim do capitalismo devido aos seus problemas internos. Alguns, porém, vão um pouco além da retórica. É o caso de Istvan Meszáros e seu A Crise Estrutural do Capital (Boitempo Editora, 136 páginas).

Como todos os livros de Meszaros, este é um livro marxista. Duramente marxista. Aliás, poucos dos pensadores modernos são tão irrenunciavelmente marxistas quanto Meszaros – e poucos são capazes de fazer análises tão inteligentes e refinadas do mundo de hoje como ele. Húngaro, ex-aluno de Gyorgy Lukács, Meszaros enxerga no mundo de hoje, e com excelentes argumentos, um momento crucial de crise no capitalismo. Além disso, acredita que é preciso apresentar uma alternativa a esse sistema condenado. Esta alternativa é, naturalmente, o comunismo. Todos sabem o que acontece num regime comunista e todos sabem que devemos evitá-lo a todo custo. O problema é que comunistas como Meszáros, apesar disso tudo, não deixam de ter razão em muito do que dizem. O que fazemos com eles, então? Não sei. Mas sei que precisamos lê-los.

Onde encontrar: (11) 3875 7250
www.boitempo.com.

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