sexta-feira, 24 de abril de 2009

Crime contra a humanidade na 15 de Janeiro

Um dos grandes símbolos da defesa do homem foi conquistado em 1948 em assembléia realizada na então jovem Organização das Nações Unidas. Foi a Declaração Universal dos Direitos Humanos, que defende o indivíduo e lhe garante direitos – com o perdão da redundância – humanos. Os trinta artigos narrados nesta reunião internacional foram aceitos e aclamados, afinal, defendiam a igualdade e essa é uma palavra muito bonita.

Dentre estes artigos a ONU indica que somos todos iguais perante a lei, temos o direito a vida e diversos outros que já lemos nos créditos finais do documentário de Al Gore. Chama a minha atenção o Artigo V da Declaração:

Ninguém será submetido à tortura, nem a tratamento ou castigo cruel, desumano ou degradante.

Eu, como cidadão, me sinto no dever de denunciar após a leitura deste Artigo um crime universal que vem sendo paulatinamente cometido em Canoas, Rio Grande do Sul. Segundo maior PIB do Estado, cidade da Praça do Avião, da Fundação Cultural e também do Felipão, Canoas tem seu coração na Rua 15 de Janeiro. Por lá passam diariamente milhares de pessoas, sempre sorridentes e satisfeitas com a qualidade de vida da cidade. Eu sou uma delas! Pois bem.

Era um agradável dia de sol de temperatura amena (39°C à sombra e umidade do ar beirando o zero) quando cruzei as proximidades do belíssimo calçadão canoense e me deparei com uma imagem que lembrou os campos de Auschwitz, tamanho o desprezo pela raça humana. Mas era muito pior. Debaixo do escaldante sol enxerguei dois seres humanos, lado a lado vestidos de…..VESTIDOS DE DENTE. Isto mesmo! E não era um dentinho de leite, pequenino e impresso na camisa. Eram gigantescos dentes trituradores, brancos como o marfim e , por ironia, sorriam. Já seria imbecil um dente sorrir em qualquer momento, mas sorrir sob aquelas condições desumanas? Jamais! Se eu que trajava roupas comuns enquanto saboreava meu delicioso Toddynho Ice não sorria àquele momento, imaginem os dentes, expostos ao sol e ensaiando danças? Senti corar minha Declaração dos Direitos Humanos que carrego sempre no bolso e na obrigação de realizar esta denúncia.

Nem a fada dos dentes ficaria satisfeita em ver um mastigador sendo usado daquela forma. Ainda mais com um ser humano dentro! A expressão “Olho por olho, sua vida por um dente” finalmente fez sentido. A Declaração Universal jamais foi tão desrespeitada. Os dentes transeuntes representaram um tapa na cara da sociedade. Precisamos de uma intervenção dos Capacetes Azuis, ONU!

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