quinta-feira, 26 de fevereiro de 2009

*O jogo de um só time

*Mateus Broilo da Rocha

Fazia tempo que eu não assistia a um jogo de um só time. O Grêmio dominou a partida, “de cabo a rabo” (início ao fim). Se bem estou certo, só na primeira etapa – até quando parei de contar – foram 12 oportunidades claras de gol. Hoje, inusitadamente, não tenho do que reclamar do Celso Roth, absolutamente correto durante o jogo, fato um tanto estranho, confesso que me fez matutar que ele realmente quer o bem do time. Esse é o time digno de ser campeão da América. Um time que em nenhum momento, neste jogo contra o “La U”, demonstrou estar acuado frente aos fulminantes ataques dos chilenos (risos).

Apesar de ter sido um jogo ‘pseudo-perfeito’ – calma eu explico – demonstrou para nós, gremistas, que podemos vestir esta linda, e tradicionalíssima, camisa tricolor sem medo de mostrar que somos dignos de um clube com um futebol aguerrido, tão a cara dos gaúchos. Em um momento de epifania, podemos dizer que nosso passado nos condena, pois o Grêmio vitorioso de outrora ainda é o mesmo.

O que realmente doeu em nossos corações foi ter que assistir a este belo espetáculo sem gols. Espetáculo este que mais tinha cara de goleada celeste. Bolas na trave, jogadas inteligentes, jogo em equipe… Enfim um jogo atípico no cenário sul-americano atual. Sem falar nos tradicionais erros de arbitragem. Aqueles mesmos erros que, certa feita, eu comentei: “Uma partida sem erros de arbitragem se torna monótona.”, hoje, se esses erros fossem relevados, poderiam, talvez, ter mudado a história deste jogo. Um pênalti, CLARO, ÓBVIO – só um cego não teria visto, até mesmo um leigo concordaria ter sido – não foi marcado. Naquele “empurra empurra” típico dentro da área, um dos chilenos puxava, incansavelmente, a camisa do atacante gremista, Jonas, e, se não bastasse, por fim o calçou. O gol anulado, siiiim aquela bola entrou, mas o juiz marcou falta sob goleiro chileno. Afinal, o goleiro é intocável dentro da pequena área, mas falta não impede gol(?), enfim, talvez eu até concordo com a atitude do árbitro nesta jogada, mas não com o “não-pênalti”.

Uma coisa temos que concordar, a defesa chilena trabalhou incansavelmente. Motivo? O Grêmio não parou sequer um segundo.

Foi lindo ver o Estádio Olímpico mais uma vez coberto com o manto azul dos torcedores, ouvir as canções de apoio ao time, ver a torcida lotando o estádio. Ver a torcida! Ver o Olímpico vibrar em uníssono. Ver o pulsar azul celeste. Este é o resultado de torcer em pé. Agora foi triste, e ao mesmo tempo ridículo, assistir tanto aos jogadores quanto aos torcedores chilenos comemorarem este empate sem gols – como se fosse uma vitória. Bem talvez tenha sido, pois, milagrosamente saíram ilesos.

É este Grêmio – com esta atitude – que eu quero ver ganhar o mundo mais uma vez.

Broilo

Escrito por blogperspectiva

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