terça-feira, 10 de fevereiro de 2009

Edgar Allan Poe, 200 anos


poe

Desenho: Madame Y

“Nenhum homem jamais contou com maior magia as exceções da vida humana e da natureza; os ardores de curiosidade da convalescença; o morrer das estações sobrecarregadas de esplendores enervantes, os climas quentes, úmidos e brumosos, em que o vento do sul amolece e distende os nervos, como as cordas de um instrumento, em que os olhos se enchem de lágrimas, que não vêm do coração; a alucinação deixando, a princípio, lugar à dúvida, para em breve se tornar convencida e razoadora como um livro; o absurdo se instalando na inteligência e governando-a com uma lógica espantosa; a histeria usurpando o lugar da vontade, a contradição estabelecida entre os nervos e o espírito, e o homem descontrolado, a ponto de exprimir a dor por meio do riso. Analisa o que há de mais fugitivo, sopesa o imponderável e descreve, com essa maneira minuciosa e científica, cujos efeitos sao terriveis, todo esse imaginário que flutua em torno do homem nervoso e o impele para a ruína.”

Edgar Allan Poe (1809-1849), por Charles Baudelaire

Fonte da citação: Poe Brasil

Escrito por Celso Augusto Uequed Pitol


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