sexta-feira, 20 de fevereiro de 2009

Grêmio 3 x 0 Brasil-PEL


Fica difícil fazer uma análise individual do jogo entre Grêmio e Brasil-PEL, realizado na noite de terça-feira no estádio Olímpico. Primeiro porque tratava-se de um jogo experimental em que Celso Roth colocou em campo um time mesclado, alternando prováveis titulares com definitivos reservas. Em segundo lugar porque foi o jogo de Danrlei, motivo que creio eu levou os mais de dez mil torcedores ao estádio. O fato de que os jogadores do Xavante foram submetidos a um martírio neste primeiro turno pela FGF colabora para a impossibilidade de análise.

Mas a principal razão pela qual não é possível avaliar o jogo da noite de ontem é que a principal atração não esteve nas quatro linhas. A torcida gremista – leia-se os torcedores que vão na geral e que criam o espetáculo da torcida -, insatisfeita com a direção do clube que cortou benefícios vem praticando boicotes nos jogos no Estádio Olímpico. As tradicionais “barras”, as faixas e os bumbos não estão sendo levados aos jogos e os integrantes, para deixar bem clara a insatisfação, deixam um corredor aberto no meio do local onde costumam se reunir (atrás do gol que fica na direita das Sociais do estádio).

Como no jogo anterior contra o Juventude, não cantaram durante a partida. O estádio não pulsou. O jogo que já era entediante pelo futebol dentro de campo ficou mais sonolento ainda pelo silêncio sepulcral que vinha das arquibancadas. Até que no segundo tempo algo de estranho aconteceu. Um pequeno grupo de torcedores estendeu faixas e bandeiras no lado oposto ao da tradicional Geral e cantava, ainda que em baixo som, as músicas que embalam o Grêmio há meia década. Não eram mais de 20 inicialmente, mas faziam o que o Brasil inteiro se acostumou a ver nos jogos no Estádio Olímpico: torcedores incondicionais cantando para o que der e vier, não se importando com fim de regalias e benefícios. O grupo foi ganhando integrantes com o decorrer do segundo tempo e aí sim passou a fazer barulho: passados 20 minutos, o tradicional setor da Geral já se via com menos da metade dos torcedores que ali estavam quando o jogo iniciou.

O silêncio na antiga Geral foi quebrado. Assustados com a debandada e percebendo o fracasso de seu motim contra o Grêmio, voltaram a cantar. As duas “Gerais” protagonizaram no segundo tempo um duelo particular de quem fazia mais barulho: a “nova”, movida pelo sentimento de amor ao Grêmio que faz superar richas pessoais com direção ou quem quer que seja; a “tradicional” cantava para provar que não o fez antes porque não queria. O jogo que era para ser de Danrlei e de Germán Herrera tomou um rumo diferente. Ficou a sensação de que o Grêmio está em segundo plano nesta rinha Direção-Torcida.

Quanto ao jogo, os gols do Grêmio foram marcados por Herrera, Makelele e Ortemán, sendo os dois primeiros com participação efetiva de Jadilson. Douglas Costa voltou a jogar com a camisa do Grêmio e teve participação discreta, apesar de ter ficado claro seu bom relacionamento com a gorduchinha – a popular bola. Danrlei fez defesas milagrosas e o Brasil, bem, fez o que era possível. 8 jogos em 16 dias acabam com qualquer um.

Primeiro tempo

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Segundo tempo- a debandada da Geral silenciosa povoou o setor oposto

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