segunda-feira, 20 de outubro de 2008

Vozes do passado no Olímpico

As eleições do Grêmio tiveram um componente quase inusitado: a presença na “boca de urna” do maior nome vivo da história do clube: Fábio Koff. O ex-presidente bicampeão da América e campeão do mundo não se limitou a declarar seu voto, o que já seria altamente relevante para o resultado do pleito. Ele esteve presente no sábado junto às filas de votação, pedindo o voto para a chapa de Duda Kroeff a cada sócio. Claro que o ex-presidente tem direito de adotar esse tipo de postura, abrindo mão da posição quase patronal que tinha até então. No entanto, Koff era a unanimidade, o referencial, o nome sem restrições. Sua postura no sábado lhe retirou essa condição. Certamente ele sabia disso e assumiu essa perda, por razões que, acredito, lhe eram altamente relevantes.

A chapa eleita tornou-se devedora de um padrão acima da média. Na medida em que tirou um ícone da Nação Gremista assumiu a obrigação de ser quase perfeita em sua gestão. O problema é que não existe no passado dos integrantes da chapa nada que nos leve a crer que isso vá acontecer. Seus integrantes não foram perfeitos como condutores do Grêmio, antes pelo contrário. Kroeff, como vice de futebol de Cacalo e integrante da gestão Obino, cometeu grandes erros junto com seus companheiros. Cacalo e Obino foram presidentes que não tiveram gestões que engrandeceram o Grêmio. Mas a presença do passado com o candidato a presidente carregando o prestígio do grande patrono e o apoio escancarado do maior nome vivo da história do clube conduziram a uma vitória sobre a atual gestão, que, mesmo tendo cometido alguns equívocos, tem consigo grande mérito de, vindo lá do fundo do poço da Segunda Divisão, ter levado o Grêmio ao vice-campeonato da Libertadores da América. Nem mesmo a liderança do campeonato conseguiu suplantar a força do passado de glórias que os nomes acima elencados representam. Aliás, a Chapa Um “puxou” para si esta liderança, atribuindo os méritos a Krieger. Seria ele o responsável pela liderança do Grêmio.

Como gremistas nos resta esperar que a eleição , da forma como foi conduzida, não cause prejuízos irreparáveis ao Grêmio. Esperamos que a nova gestão fique “contaminada” pelo fator Koff e não repita no presente as imensas falhas que teve no passado.

Publicado por Madame Li Li

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