domingo, 12 de outubro de 2008

Obama e a margem de erro

Obama é o candidato preferido da mídia americana. Os grandes jornais, principalmente os da Costa Leste, o adoram. Já virou capa da Rolling Stone e da Time. Foi aplaudido na Europa por onde passou. É amado por árabes e judeus. Os negros o admiram e muitos brancos não o acham tão negro assim, afinal, não tem ancestrais escravos, seus avós não plantaram algodão no Mississipi,ele se formou em Harvard e não passa os dias reclamando da discriminação que os brothers sofrem no gueto. É simpático, carismático e inteligente. E jovem.

Seu adversário, John McCain é o contrário disso tudo. É velho, sem graça, sua voz é insuportável – há um nítidio indicio de gagueira nela -, meio corcunda e não tem expressão facial. Ex-militar, adora um discursinho nacionalista e promete mandar bomba em quem discordar da idéia de que os EUA nasceram para dominar o mundo. Seus poucos apoiadores na mídia americana não têm credibilidade alguma. Sua vice, Sarah Palin, é rápida como uma águia, mas andou sugerindo algumas bobagens e virou inspiração para um filme pornô. Os jornalistas chiques o odeiam. O resto do mundo o odeia. Sua imagem está indiscutivelmente ligada ao clichê de WASP avesso a mudanças, ignorantão, fanático religioso e xenófobo. E, para completar, representa um governo cuja popularidade é quase zero. É o adversário que qualquer um pediu a Deus.

Ditas estas coisas que todos sabemos, pergunto aos leitores: alguém pode me dizer porquê diabos o sr. Barack Obama, com tudo o que tem a seu favor, não consegue disparar nas pesquisas? A página Real Clear Politics fez uma média das ultimas pesquisas divulgadas e mostra uma diferença de 7,6% em favor de Barack Obama. Não chega sequer a ultrapassar a margem de erro da pesquisa, que é de 4 pontos. Além disso, várias pesquisas veiculadas em setembro deram vantagem a McCain. Num momento em que até um renomado articulista da Vanity Fair diz que os EUA viraram uma república de bananas sob o comando de Bush era de se esperar que Obama estivesse a uma distância um pouco mais confortável. Não está. E o mais interessante é que a vantagem de McCain nos Estados em que ele vence – ou seja, os do Meio-Oeste do país, tradicionalmente republicanos – é bem superior àquela que Obama obtém nos Estados onde é mais forte (as duas costas e alguns estados do Norte): chega a abrir 30 pontos de distância em Wyoming.

É, talvez a eleição nos EUA não esteja tão decidida quanto alguns pensam…..


Publicado por Celso Augusto Uequed Pitol

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