domingo, 26 de outubro de 2008

80 anos de Tin Tin

No próximo dia 10 de janeiro Tin Tin completará 80 anos. As gerações mais novas – inclusive a minha – o conheceram através do desenho animado, exibido tarde sim, tarde não, pela TV Cultura (TVE, para os gaúchos), onde foi excelente companhia para as tardes fastidiosas de estudantes desocupados. Por meia hora, o repórter belga e o seu cachorrinho Milu nos levavam aos confins da Ásia, a passeio pelas principais cidades européias ou talvez para algum país desconhecido da nossa América do Sul, o qual, não sei porquê, era sempre fictício. Só fui conhecer os quadrinhos de Hergé muitos anos depois, em edições portuguesas, já que as brasileiras há muito tinham saído de circulação, e foi particularmente interessante ver aqueles quadrinhos de tamanho padronizado, tão diferentes do estilo norte-americano a que estamos acostumados, contando as mesmas histórias que eu havia visto na telinha. Fiz o caminho contrário, isto é, vi a adaptação antes do original, mas não deixei de aproveitar as obras.

Muitos não sabem, mas Tintin chegou a virar filme nos anos 60, em uma produção francesa muito pouco divulgada em outros países. Agora, para comemorar os oitenta anos do personagem, reuniram-se ninguém menos do que Peter Jackson e Steven Spielberg para produzir uma trilogia com o personagem, que nunca conseguiu vencer nos países de língua inglesa devido ao seu pronunciado aspecto europeu continental, cheio de tiques franceses e um tanto libertários. Se Jackson conseguiu que as referências ultra-inglesas de O Senhor dos Anéis se tornassem apreciáveis pelo resto do mundo (algo que o livro só parcialmente conseguiu), adaptar Tin Tin ao gosto anglo-saxão será um desafio plenamente alcançável. E os brasileiros, que não têm nada com essas querelas, só terão a ganhar.

Mais Celso Augusto Uequed Pitol

Nenhum comentário: