segunda-feira, 13 de outubro de 2008

Tony Adams faz 42 anos

O nariz vermelho e o sorriso meio torto no rosto denunciam que as horas de folga não foram gastas bebendo leite. O forte sotaque cockney não desapareceu e não parece que vai desaparecer: o homem pode ter saído de East London, mas East London nunca sairá dele. O cabelo nunca viu pente, a barba não vê aparador com frequência e, ao contrário de muitos treinadores ingleses, Tony Adams não está preocupado em usar o melhor terno Armani que o dinheiro pode comprar. Se em casa ele assiste aos jogos do seu Arsenal de tênis e abrigo, é assim que ele vai para o banco de reservas do Portsmouth, time onde é assistente técnico. Adams é assim: um zagueiro. Sem frescuras.

E Tony Adams pode se dar ao luxo de ignorar qualquer frescura. Tem vinte anos de serviços prestados ao Arsenal, quatorze deles como capitão e titular absoluto da camisa 6, além de 70 partidas pela seleção inglesa. Ao lado de David Seaman, Sol Campbell, Ashley Cole, Patrick Vieira, David Bergkamp, Thiery Henry e Ian Wright fez parte de um dos maiores times da história recente do futebol inglês, o Arsenal campeão da Premier League de 2002. Foi figura máxima do estilo de futebol característico do Arsenal pré-Arsene Wenger e sinônimo de futebol britânico para o resto do mundo: passe longo, força física, muita velocidade e, sobretudo, espírito de luta durante os 90 minutos. Foi, além disso, o melhor zagueiro inglês desde Bobby Moore, uma rocha de 1,93m e 90kg de músculos, perfeito no jogo aéreo, marcador feroz (por vezes violento), dotado de incomparável espírito de liderança (foi o único jogador da consolar David Beckham depois de sua expulsão contra a Argentina, na copa de 1998) e ótima presença no ataque. E, para completar o currículo, passou dois meses na prisão. Um zagueiro full time. Daqueles que todo time deveria ter.

Vejam o que Nick Hornby disse sobre ele.


Publicado por Celso Augusto Uequed Pitol

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