quinta-feira, 7 de maio de 2009

História como história da liberdade

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A indagação sobre a condução da História foi um dos temas centrais do pensamento dos séculos XIX e XX. Respingado pelos últimos vestígios do positivismo comtiano, do hegelianismo e de um marxismo elevado à categoria de verdade de Estado, o centênio passado viu o florescer de sistemas políticos totalitários que se auto-denominavam a realização plena de ideais de sociedade, germinadas num passado remoto e desenvolvidas ao longo dos tempos até chegar ao estágio semi-divino prometido por esses sistemas. A história, segundo eles, era um vetor com um só sentido para o qual todos inexoravelmene caminharíamos. Assim entendiam o marxista Lênin e o hegeliano Giovanni Gentile, mentores teóricos do comunismo soviético e do fascismo italiano, respectivamente. Entre esses dois amores balançou o coração da humanidade na primeira metade do século XX.

Foi neste ambiente que, em 1938, Benedetto Croce lançou História como História da Liberdade (Topbooks, 456 páginas, tradução de Julio Castañon Guimarães). Um livro solitário, com uma proposta solitária em um tempo em que a palavra “liberdade” não andava muito em voga. Enquanto que, segundo os marxistas, a história da humanidade caminhava em direção ao comunismo, e, segundo os fascistas inspirados por Hegel, ela só chegaria ao seu ápice com o Estado fascista, para Croce a evolução do homem era sempre na direção da liberdade, seja ela entendida do ponto de vista político, artístico ou econômico. Mais: para Croce, o dever do historiador é identificar esses resquícios da idéia de liberdade ao longo da história com vistas a interpretar o presente e ajudar a construir um futuro. Este é o sentido da expressão “intelectual engajado” para Croce: o de alguém comprometido com a dignidade do homem.

Onde encontrar:

www.topbooks.com.br

(21) 2233 8718

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